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15 de julho de 2011

não vivi uma vida de dia

Hoje, era manhã cedo, deixei os sonhos na cama, abri os olhos de ver e vesti a roupa de viver e fui à vida. É claro que de vez em quando eu tinha um relâmpago de memória a dizer-me um segredo de sonho. Abanava-o num abandono de querer ser livre durante um dia de vida. Fui-me conversando com os meus silêncios, fui-me gastando em tempos e por uma vida de dia não fui escravo do meu pensamento prisioneiro de memórias. 
É claro que chegado ao fim do dia, vou para a cama e reagarro os sonhos e viverei uma noite de tormentas, memórias, alegrias, desilusões e suaves lembranças vagas das vagas ideias duma infância feliz.
Minha mãe bem me dizia, filho tem-te cuidado, não te deixes levar na imaginação. Eu? Mãe nunca tem razão até ao dia que a gente descobre que é grande e que era ela quem tinha razão. Sempre.
Era manhã cedo e eu afinal ainda não tinha deixado os sonhos na cama... e não vivi uma vida de dia sem ser escravo.



Sanzalando

1 comentário:

  1. Bom dia
    Gostei imenso deste texto.
    É verdade que só mais tarde damos
    razão às nossas MÃES , mas depois
    já é tarde.
    Bom fim de semana.
    JOSÉ MOURINHO

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