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23 de julho de 2011

Um sonho de Anel

Me disseste que os sonhos não podem ser mortos. Te farei a vontade. Nenhum sonho meu levou um tiro. Já procurei cicatrizes e não encontrei nem uma qualquer coisa que pudesse ser confundida com cicatriz. Somente tem sonhos que desapareceram da memória porque foram arquivados por tempo indeterminado e esse tempo lhes amareleceu que se desfizeram em pó.
Mas, olha, tem uns bonitos que guardei numa caixinha que de vez em quando eu abro só para lhes olhar, limpar o pó e quem sabe um dia lhes pegar com carinho e lhes tornar realidade. 
Sabes que tem dias que a gente, se não encontra aquele sonho, fica zangado com os sonhos todos como se todos fossem culpados daquele que, era especial naquele instante, ter desaparecido ou apenas estar mal arrumado e passar despercebido.
Sabes, tem dias que não me interessa o teorema de Pitágoras, o número de versos dum soneto ou quantos elementos tem a tabela periódica. Só me interessa os sonhos que sonhei e não lhes dei vida.
Sabes, tem dias que apenas eu queria ter um sonho, aquele sonho com aquele perfume, aquela dor de ser feliz.







Sanzalando

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