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25 de julho de 2011

numa esplanada sem praia

Me sentei numa esplanada onde não via o mar. Nem sentia o seu perfume e nem lhe ouvia marulhar. Também, que queria eu se escolhi uma esplanada dum lugar sem mar? Olha, ganhei. Ganhei tempo para pensar em vez de o perder a olhar para lá da linha que os olhos alcançam. Revi memórias, lembrei lembranças que não sei se existiram, se as imaginei ou apenasmente lhes inventei para adoçar o tempo agreste dum qualquer lugar quente e bom que baptizei de minha terra, sabendo eu que não tenho terra, não tenho lugar, não existo para além da minha imaginação.
Mas dizia eu, que estava sentado na esplanada, renascendo memórias, quando tive a certeza quase absoluta de que tinha visto, longe é certo, o corpo dela vestido no seu biquini azul, sorrindo-me como que a acariciando-me a solidão. Quase num impulso me levantei e coloquei as mão em volta da boca como se fosse gritar o nome dela. Um barulhento carro passou pela esplanada dum lugar sem praia e eu vi que estava a viver uma memória.
Bebi o café, levantei-me e deambulei pelos caminhos solitários da imaginação.


Sanzalando

1 comentário:

  1. eheheheh num sei não... um dia te apanho a fazer surf numa esplanada qualquer!
    SjB

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