Me atiro na areia escaldante da praia, corpo cansado e mente esgotada. Acho eu não aguento tanta responsabilidade em cima dos meus ombros. Depois de tanto tempo ainda não me habituei a deixar na porta da saída as preocupações. Mas afinal vou fazer mais como se me fizeram que nem assim?
Mas ao menos aqui na areia escaldante, enquanto tropeço nas minhas ideias, problemas, memórias, encruzilhadas e frustrações, gargalhadas e piadas de outros gostos, me deixo ser livre num instante que dura um pequeno pedaço da vida.
Se já tive tantas ideias, se tenho tantas memórias, se já filmei tantos filmes na imaginação, como vou arranjar mais para me desviar do ar cinzento?
Na verdade, começando num início qualquer, eu não consigo imaginar alguém a pensar que gosta de mim. Como é que alguém vai sonhar acordado comigo? Só pode ter é pesadelo, acho eu. Como é que alguém vai poder dormir se se deita a pensar mais em mim? Será que é possível alguém sentir formigueiro no estômago apenasmente porque eu abracei? Não tem quem vai sorrir só porque no seu telefone apareceu um nome que é nem o meu.
Afinal de contas eu tive uma ideia que me deixou ainda com mais ar de preocupação. Não tem necessidade de ter pensamentos assim. Não gostei deste início. Vou pensar outra coisa que me deixe ser livre uns instantes suficientes para descansar.
Sanzalando
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