recomeça o futuro sem esquecer o passado

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12 de julho de 2011

um pré adeus ou coisa qualquer

Hoje me sento aqui mesmo na secretária, frente ao monitor do computador a ler as coisas tantas que já escrevi. Pareço um número ímpar condenado a ser sempre um resto, um mal menor, a assimetria da mestria que até a soma de dois números ímpares dá par. Leio e releio, não na procura do erro ou engano, e sinto que o medo se instala antes de eu ter abraçado o meu desejo tão desejado. Porque afinal eu escrevo?
Em busca da glória? 
Procurando o biquini azul que a vista cansada e pesada da idade só me faz ter uma vaga ideia?
Tentando aprender a escrever para ter um pretexto de um dia fazer um texto?
Não me parece nada disto. Não é coisa minha. 
Afinal de contas quantas vezes já me entistei apenas por pensar coisas que não aconteceram mas podiam ter acontecido?
Aqui sentado na secretária penso no medo de perder as tantas coisas que afinal eu já perdi.
Está tudo aqui escrito que até parece um livro sagrado numa capa vermelha escrito em letra redonda de caligrafia de escola primária insistida do professor Amaral.
Afinal de contas porque é que eu escrevo?
Deve ser para poder ver o mar, sentir a maresia escondida nas ondas da minha memória e um dia olhar na frente e dizer: fui, mas deixei-vos a memória! Ou será outra a razão?









Sanzalando

1 comentário:

  1. Nunca tinhas-me falado da tal de Glória?!!!!
    Escreves para ondular o zulmarinho da tua imaginação e te manteres sempre jovem.
    SJB

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