Eu hoje queria escrever uma carta mas acho que alguém roubou as minhas palavras e eu fiquei sem mais nada para dizer.
Comecei assim a carta:Eu, futuro de mim, como é que estás? Achas que eu, passado de mim, tomei as decisões certas até que cheguei aqui? Achas que eu, presente de mim, estou cansado de ir atrás dos meus sonhos?
Foi aqui neste ponto, de interrogação, que me emocionei e desatei a lembrar-me de erros presentes e quando dei por mim nem mais uma palavra saía da cabeça.
Ainda tentei perguntar a um dos meus eus se era feliz mas desconsegui encontrar as palavras completas para construir uma frase com os elementos todos da gramática que aprendi na velha escola primária. Me fui lembrando um a um os professores que me ensinaram a chegar aqui e às palavras nem uma.
Desenhei um ponto final e fiz um parágrafo e desatei o olhar o papel que continuava branco e assim ficou o fim da carta no ponto parágrafo do silêncio.
Sanzalando
Sim... SAUDADE, ó meu...
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