Me deixo embalar aqui no campo de hóquei do Benfica. Este aberto pavilhão que foi já palco de grandes jogos e de muitos festivais da canção, dos meus treinos no CID e dos 10 de Junho, serve-me agora para pausa de pensamentos e divagações. É fácil calcorrear toda a cidade, recordar todas as figuras que me lembra a memória de adolescente. Mas neste momento é-me útil parar por aqui. Sentar num topo, abrigado do sol que se põe e do vento leste que sopra. Acho que a culpa é mesmo só do vento... mas eu dizia que era-me ítil parar por aqui.
Ela será sempre ela, sem tentar ser quem não é. Cidade, grande ou pequena, do mato que é deserto ou do deserto florido de areias amarelas, das gentes boas quando não são ruins, das festas quando o sol aperta, das noites de serenata qualquer que seja a lua, da cóboiadas e outros encontros de grau variável. Cidade de erros e acertos, de pó e areia quando não de enxurrada, complicada e simples quando também misteriosa, doida, desconfiada e por vezes indecifrável, de encanto racional e de segredos arrebatadores. Enfim a minha pequena grande cidade, me alberga enquanto me deixo embalar aqui no campo do Benfica a descansar pensamentos e divagações.
Eu e a cidade, o forte e frágil diálogo um dia tinha que repousar. Que seja hoje, antes que a estrague de mimos e piropos brejeiros.
Até já, cidade!
Sanzalando
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