recomeça o futuro sem esquecer o passado

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4 de outubro de 2013

Palavreado solto


Toca no rádio uma música que me parece é romântica. Não entendo a letra mas a voz dela é doce e de certo não está zangada. Parece está um bocado triste. Mas não é muito e deve ser porque sabe que duma hora para outra o destino se modifica, as coisas ficam direitinhas, o passado é isso mesmo, mesmo que mal passado e as dores cicatrizam. Batem palmas, acho ela canta ao vivo ou então me ouviram pensar estas palavras que salteio por aqui. Na verdade outra começa e com atenção percebo que ela se apaixonou, que p que tem de ser é, o que tem de ficar fica, o que é verdadeiro sobrevive e o falso desaparece como se fosse nevoeiro em dia de sol.
Não tenho pressa. Quero ouvir mais essa garina cantar a sua voz doce. Com ela não guardo mágoas mas sabe-me a pouco só lhe conhecer assim de ouvir agora no rádio.
Mas aprendi a ser paciente e aos poucos comecei a ouvir apenas boa música. Ignoro o ruído, mesmo que o universo conspire contra mim.
Quem será essa garina que canta em voz doce em língua que não sei se não gaguejar no desgramaticalmente falado? Está a anos luz de mim, mas fica-me a esperança de um dia, num segundo, lhe saber o nome e lhe piscar o olho.
Na boa música escolho por vezes palavras que parecem migalhas de vidro que prefiro engolir e me cortar por dentro, do que deixar cá fora e magoar alguém. Na música danço a alma e transpiro a calma. 


Sanzalando

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