Olha o zulmarinho parece está adivinhar chuva. Está bravo e as ondas a bater como dizia o livro da terceira classe. Mas eu me deixo ficar aqui a meditar faz de conta virei ermita desta falésia que tem como horizonte uma linha recta encurvada que une o zulmarinho ao zulceleste.
Eu caindo daqui é morte certa, dirão os estatísticos. Inexplicavelmente certa que é, há pessoas que vivem com ela. Uns já morreram e ainda não sabem, outras pensam que ela morre quando derem o último suspiro. Outros há que não acreditam que termine assim. O sofrimento continua nos que por cá ficam a lamentar a nossa partida. Certo certissimo é que a gente vive de mãos dadas com a morte e ela às vezes nos leva asssim. A morte é egoísta, aproveita um momento fragil e nos leva e ainda leva as nossas memórias. Ela não está minimamente importada connosco. Corta-nos os laços emocionais, recentes e passados e nós não temos liberdade de dizer não é agora. É assim, fruto da meditação, fruto do caos que a vida não tem valor. Há um momento que tudo acaba.
Já sei, está frio e frio está o pensamento.
Sanzalando
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