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3 de agosto de 2021

olhos

Quantas vezes olhamos os olhos de quem se cruza connosco?
Há olhares com tal profundidade que quase apetece dizer que o mundo cabe lá dentro. Há olhares que até dá vontade de ficar petrificado a olhar. Há olhares que têm brilho, sorrisos, alegria, vida. 
Os olhos que choram também podem ter brilho que não é só o brilho das lágrimas. Não é a água salgada que vertem que lhes dá brilho. É a pureza. A lágrima é só para lavar a tristeza porque a verdade do olhar mantem-se lá.
Os olhos que riem podem esconder alguma tristeza. A gente olhando os olhos consegue ver. Olhando nos olhos a gente pode ver mágoa, felicidade, alegria, tristeza, dor, saudade, ressaca, perturbação. O olhar não consegue esconder a alma.
Tenho pena que um dia os meus olhos deixem de ver os olhos de quem me apetece olhar.


Sanzalando

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