Me sentei no parapeito duma falésia a olhar o zulmarinho sem ter ideia que o tempo passa. A minha cabeça não costuma sair em viagem e se perder em caminhos de divagação.
Aqui, no silêncio da admiração, formulo frases feitas como quem declama um poema, com palavras soltas e silêncios quebrados, como estivesse a fazer uma declaração de amor, sem focar nenhum lado particular, sem escrever palavras difíceis que possam ter significados rasurados, sem esquecer que o raciocínio, parte integrante do ser humanos, não pode causar mal estar ou falsa esperança.
Olhar assim o zulmarinho, como se fosse um amor interminável, um ouvir compreendido num cruzamento de palavras doces e afagos, eu acaricio todas as recordações que me lembro, todos os pensamentos aleatórios, todos os devaneios e seguro com força todos os meus sonhos. Se não fosse assim, seria diferente.
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