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24 de março de 2005

Prisões 10 - Medo Monogâmico

"Fio": Prisões

carranca
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Medo Monogâmico 23-03-2005 18:52
Forum: Conversas de Café
Lá me apeteceu baralhar e misturar tudo.
Mas este gajo quer discussão e não dá hipóteses de haver diálogo. Endoidou e de vez.
Pois mas a verdade é que enquanto não atingir a liberdade feliz tenho que ter a capacidade de ser assim, livre exorcista de fantasmas em casa própria.
Muita gente acha que isso quer dizer que não amo minha companheira actual. Ou a anterior ou a futura. Esses sinceramente eu nem considero. Outros dizem que vou arder no mármore do inferno. Idem, mil vezes idem.
Enfim, os racionais, em geral, me epistolam duas perguntas:Tu não tens medo de perdê-la? Tu confias tanto nela para teres a certeza que ela não vai se apaixonar por outra pessoa um dia destes?
E eu respondo: sim, tenho medo, e muito, e não, não confio nem um pouco.Uma das prisões das quais consegui me libertar foi o medo. Eu tinha medo de tudo. Hoje, não tenho medo de quase nada. Meu único medo é, justamente, esse: perder a minha companheira do momento, meu amor, minha grande...
O medo não tem lado bom.
O medo envenena, engendra insegurança, devora a auto-estima, derrete a confiança, destrói tudo que toca. Sinto o medo dentro de mim como se fosse um ataque de gases: algo nocivo e borbulhante, quente e fedorento. O medo torna-me inseguro e possessivo, chato e agressivo. Tudo aquilo que não quero ser. Tudo o que não sou.
Ainda estou tentando libertar-me deste último medo. Ele atrapalha a minha vida e me impede, em algum grau, de desfrutar totalmente minha felicidade. Mas, por enquanto, ele ainda está lá, rijo, erecto.E me perguntam: você não tem medo de perder sua companheira?
Invariavelmente, o interlocutor é casado, e eu devolvo: e você, não tem medo de perder a sua?medrosamente não sei se voltarei a este ou outro qualquer tema, não só porque me não sei se me apetece como também não sei se anda alguém a querer estudar um eu que só eu sei se existe ou não.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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