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17 de março de 2005

Prisões 5 - Verdade III

"Fio": Prisões

carranca
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Verdade III Hoje, 19:27
Forum: Conversas de Café
Apetece-me baralhar e dar de novo a VERDADE. Assim recordo uma passagem lá para trás onde escrevi:
citação:
...O momento é que me importa. Importa-me sentar com uma amiga e me deliciar com o que ela conta sobre a sua noite anterior...O acto de ela contar a estória é o facto em si, é o único facto que me importa. Importa-me a minha atenção, importam-me as palavras dela, importam-me os seus olhos entreabertos saboreando a minha excitação, importa-me seu cruzar e descruzar de pernas, importa-me o giro de seu tornozelo, o chamar da minha atenção para suas botas. O contar a estória foi um facto concreto, foi um momento vivido no meu presente e que vai se estender do passado até a eternidade, foi, portanto, um momento eterno. Só isso é concreto, o resto é abstracto. O que me importa se, abstractamente falando, minha amiga viveu mesmo o que me contou com o sujeito daquele jeito, ou se curtiu de outro forma, ou se nem tocou, ou, quem sabe, até inventou o amigo, ou se estava ou não, activamente gozando comigo, a safada?A solidez do presente é tão intensa que a possível veracidade do passado some totalmente na comparação. Questionar a veracidade da história nunca me passou pela cabeça, foi uma não-questão, uma não-tentação.O futuro sim, esse tem alguma importância. Afinal, ela conta-me essa história só para me atiçar e depois deixar-me na saudade ou para me preparar para sexo iminente num futuro próximo?
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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