"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Suave aroma de marzia Hoje, 21:50
Forum: Conversas de Café
Conterra, refastelado na cadeira da Esplanada, olhando o relaxante ondular do zulmarinho, saboreando o gosto amargo e frio desta loira geladerrima, sentindo a tua presença aqui ao meu lado, quando estás lá no outro lado da linha curva que é recta, porque me és trazido pelo suave aroma de marzia que brota esse zulmarinho, vejo os aviões que passam e deixam um rasto de fumo que parece que não desaparece como que marcando uma estrada lá no céu, como que a me dizer que todos os caminhos me levam até lá, ao início do zulmarinho que termina aqui.Conterra, como será possivel que eu aqui, olhos semi-cerrados, te consigo ver? Sei que é Magia ou Sonho, mas podes crer que é força que me busca e me quer te levar.Outra bem geladinha, faxavor. Algum Anel há de a pagar. Eu sei.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
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31 de maio de 2005
30 de maio de 2005
Sentai senhorinhas
"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Sentai senhorinhas Hoje, 19:04
Forum: Conversas de Café
para ver o que cá se passa...Tá a dar esta música no rádio. Eu lhe gosto com gosto de lhe gostar mesmo. Assim, mermão, enquanto conversamos sobre as coisas FRESCAS do que se passa cá no lado de cá da linha recta que é curva. As loiras hoje estão mesmo na geleira que veio de Havana, a Velha, pelo que ficaram mesmo com a temperatura que escorrega na goela que nen ginjas. Assim, mermão, podemos fazer um bate-papo franco e sério, criar Partidos que em sonhos vão crescer, ganhar eleições, mudar tudo, o norte vai ficar no Sul e o Sul vai no Norte porque tá farto de apanhar com a corrente fria de Benguela, muitas coisas assim.Vês como o ar do zulmarinho nos fazer navegar em sonhos, mesmo que doidos? Esta brisa, mermão, é pior que alucinação.Bem, mermão, hoje nao bebo mais que acho que em vez de ir para a goela vai directa ao cérebro e me deixam assim apanhado.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
carranca
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Sentai senhorinhas Hoje, 19:04
Forum: Conversas de Café
para ver o que cá se passa...Tá a dar esta música no rádio. Eu lhe gosto com gosto de lhe gostar mesmo. Assim, mermão, enquanto conversamos sobre as coisas FRESCAS do que se passa cá no lado de cá da linha recta que é curva. As loiras hoje estão mesmo na geleira que veio de Havana, a Velha, pelo que ficaram mesmo com a temperatura que escorrega na goela que nen ginjas. Assim, mermão, podemos fazer um bate-papo franco e sério, criar Partidos que em sonhos vão crescer, ganhar eleições, mudar tudo, o norte vai ficar no Sul e o Sul vai no Norte porque tá farto de apanhar com a corrente fria de Benguela, muitas coisas assim.Vês como o ar do zulmarinho nos fazer navegar em sonhos, mesmo que doidos? Esta brisa, mermão, é pior que alucinação.Bem, mermão, hoje nao bebo mais que acho que em vez de ir para a goela vai directa ao cérebro e me deixam assim apanhado.
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Carlos Carranca
29 de maio de 2005
Me sento e olho
"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Me sento e olho Hoje, 16:29
Forum: Conversas de Café
Mermão, com um tempo que nem é de chuva nem de sol, antes mesmo pelo contrário, aqui me sento e bebo as minhas loiras geladas com vontade de estar calado e observar o zulmarinho, nos seus movimentos de vai e vem que nem parece tem paciência para lhe fazer. A areia parece gritar com ele mas ele está calmo e sereno que nem parece ter vontade de lhe entrar e abraçar com os seus braços de espuma branca. E eu, mermão, aqui sentado lhe vejo com olhos de ver e mente de sonhar, navegando na velociadade do tempo que tem mais que muito.Com a minha geladinha, estupidamente loira e espumante, lhe sigo com os olhos, que o corpo está a pedir repouso, até para além da linha recta que é curva e lhe sinto o cheiro que vem desde lá do outro lado.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
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Me sento e olho Hoje, 16:29
Forum: Conversas de Café
Mermão, com um tempo que nem é de chuva nem de sol, antes mesmo pelo contrário, aqui me sento e bebo as minhas loiras geladas com vontade de estar calado e observar o zulmarinho, nos seus movimentos de vai e vem que nem parece tem paciência para lhe fazer. A areia parece gritar com ele mas ele está calmo e sereno que nem parece ter vontade de lhe entrar e abraçar com os seus braços de espuma branca. E eu, mermão, aqui sentado lhe vejo com olhos de ver e mente de sonhar, navegando na velociadade do tempo que tem mais que muito.Com a minha geladinha, estupidamente loira e espumante, lhe sigo com os olhos, que o corpo está a pedir repouso, até para além da linha recta que é curva e lhe sinto o cheiro que vem desde lá do outro lado.
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Carlos Carranca
Duas birras para começar
"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Duas birras para começar 28-05-2005 00:55
Forum: Conversas de Café
Manda vir já, mermão, duas birras para começar. É mesmo, avilo, estou que nem posso de tanta sede. Sede de líquidos, sede de uma cama arejada, sede de carícias ternas e terrenas que um homem não é de pau, sede de te ouvir nos teus silêncios, sede se sentir que qualquer mermã tem a voz entermelada de emoção. Manda vir só, sempre sem parar, para não desidratar as ideias e os sonhos que sonho acordado. Tenho a goela àspera de tar à espera de ver a Magia navegando por mares do Sul com destino ao mais sul que é o início do zulmarinho que termina aqui. Tenho sede, conterra de ver as flores florirem no deserto destruido pela guerra que nunca lá esteve. Tenho sede, mermão, de estar espriguiçamente estendido nesta esplanada a ver o sol a apontar para a Lua que é ela mesmo. Tenho sede de navegar nas ondas calmas do zulmarinho que me puxa lá para o início dele. Afinal de contas, conterra, simplesmente tenho sede do futuro que teima em ser sempre amanhã.Por isso, mermão, manda vir outras para terminar e ficar aqui na esplanada a ver a linha recta que é curva.
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Carlos Carranca
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Duas birras para começar 28-05-2005 00:55
Forum: Conversas de Café
Manda vir já, mermão, duas birras para começar. É mesmo, avilo, estou que nem posso de tanta sede. Sede de líquidos, sede de uma cama arejada, sede de carícias ternas e terrenas que um homem não é de pau, sede de te ouvir nos teus silêncios, sede se sentir que qualquer mermã tem a voz entermelada de emoção. Manda vir só, sempre sem parar, para não desidratar as ideias e os sonhos que sonho acordado. Tenho a goela àspera de tar à espera de ver a Magia navegando por mares do Sul com destino ao mais sul que é o início do zulmarinho que termina aqui. Tenho sede, conterra de ver as flores florirem no deserto destruido pela guerra que nunca lá esteve. Tenho sede, mermão, de estar espriguiçamente estendido nesta esplanada a ver o sol a apontar para a Lua que é ela mesmo. Tenho sede de navegar nas ondas calmas do zulmarinho que me puxa lá para o início dele. Afinal de contas, conterra, simplesmente tenho sede do futuro que teima em ser sempre amanhã.Por isso, mermão, manda vir outras para terminar e ficar aqui na esplanada a ver a linha recta que é curva.
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28 de maio de 2005
Prisões 56 - Idosos
Até há pouco tempo eram as mulheres que ficavam e cuidavam dos idosos, pais ou sogros, em suas próprias casas. Porém, com a incorporação das mulheres na vida laboral e apoio económico, a saída do campo para a cidade, as mudanças ideológicas e sociais, fez com que se criassem lares e centros assistenciais que tratem e cuidem dos idosos.
A diferença entre atenção sanitária e social tende a diluir-se.
Quando há falta de uma assistência social eficaz, a solução alternativa é muito menos económica já que os idosos vão em busca, muitas vezes contra a sua vontade, da hospitalização pela via da urgência, de forma a cobrir as necessidades elementares.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
A diferença entre atenção sanitária e social tende a diluir-se.
Quando há falta de uma assistência social eficaz, a solução alternativa é muito menos económica já que os idosos vão em busca, muitas vezes contra a sua vontade, da hospitalização pela via da urgência, de forma a cobrir as necessidades elementares.
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Carlos Carranca
26 de maio de 2005
Esplanada do Café 6
Mermão, hoje não posso estar contigo, contar-te as minhas estórias que não aconteceram mas que não deixam de ser verdadeiras, nem sentir a brisa cheirando a mar do zulmarinho. Hoje, mermão, na mesma agarrado à birra geladerrima que faz o favar de me matar a sede e de olear a garganta para eu poder falar-te sem rouquidão, estou rodeado de livros na praça que tem má fama nas noites de Lisboa porém agora está cheia de coisas lindas que só a pequenez da carteira não deixa meter mais coisas no saco. Assim, mermão, te escrevo este bilhete postal só para te dizer que o sonho é quem comanda a vida mesmo quando se está acordado.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
25 de maio de 2005
Prisões 55 - Consciência III
Tens consciência do universo que te rodeia e que habita na tua mente? Ou és apenas um receptor de reacções químicas classificadas, descritas nos livros de anatomia e de neurociência, e emissor de respostas programadas e reflexivas?
Terás sido hoje consciente?
No dia em que adquiriste consciência se criou um deus. Um ser que se afirma: SOU EU! Tenho isto presente porque quando desapareceres, quando deixares de ter consciência, deixas de existir, mesmo que o teu coração bata e o teu pensamento raciocine, porque lembra-te que não és o monte de carne e osso que deambula à vista de quem te vê.
Tento ser sempre consciente.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Terás sido hoje consciente?
No dia em que adquiriste consciência se criou um deus. Um ser que se afirma: SOU EU! Tenho isto presente porque quando desapareceres, quando deixares de ter consciência, deixas de existir, mesmo que o teu coração bata e o teu pensamento raciocine, porque lembra-te que não és o monte de carne e osso que deambula à vista de quem te vê.
Tento ser sempre consciente.
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Carlos Carranca
Hoje não sento, ando
"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Hoje não sento, ando Hoje, 20:57
Forum: Conversas de Café
É, mermão, hoje agarro na garrafa da birra mais que bem gelada e vou caminhando ao longo da praia, ouvindo o zulmarinho como que querendo estender os seus braços de espuma branca e me querer agarrar no pé, a se atirar a mim na sua suave meiguice, e com o seu cantar arritmado vou pensando em como devia eu estar lá do outro lado da linha recta que é curva. Nas minhas pegadas, mermão, vou deixando aqui no início dp zulmarinho, um pouco de mim que não foi aproveitado lá. Penso em ti, mermão, penso na conterra, penso no Cowboy, no João que não é de cá, num Zé qualquer que não é do Telhado porque nisso havia outro. Penso anonimamente em mim. Por isso tudo, mermão, hoje não me sento contigo mesmo conversando contigo porque eu sei que este mar te leva as mukandas que lhe estou a dar. Bebo, mermão, contigo mesmo não estando hoje contigo porque sei que a espuma do que bebo é igual à espuma que têm as ondas no início do zulmarinho.Hoje, mermão, divago ao sabor da brisa que me chega de sabor salgado.Te abraço da mesma forma que o zulmarinho me quer pegar no pé.
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Carlos Carranca
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Hoje não sento, ando Hoje, 20:57
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É, mermão, hoje agarro na garrafa da birra mais que bem gelada e vou caminhando ao longo da praia, ouvindo o zulmarinho como que querendo estender os seus braços de espuma branca e me querer agarrar no pé, a se atirar a mim na sua suave meiguice, e com o seu cantar arritmado vou pensando em como devia eu estar lá do outro lado da linha recta que é curva. Nas minhas pegadas, mermão, vou deixando aqui no início dp zulmarinho, um pouco de mim que não foi aproveitado lá. Penso em ti, mermão, penso na conterra, penso no Cowboy, no João que não é de cá, num Zé qualquer que não é do Telhado porque nisso havia outro. Penso anonimamente em mim. Por isso tudo, mermão, hoje não me sento contigo mesmo conversando contigo porque eu sei que este mar te leva as mukandas que lhe estou a dar. Bebo, mermão, contigo mesmo não estando hoje contigo porque sei que a espuma do que bebo é igual à espuma que têm as ondas no início do zulmarinho.Hoje, mermão, divago ao sabor da brisa que me chega de sabor salgado.Te abraço da mesma forma que o zulmarinho me quer pegar no pé.
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Benvindo, mermão
"Fio": Um café na Esplanada
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Benvindo, mermão 24-05-2005 20:49
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Ou será bem vindo? Cada vez parace mais dificil escrever as conversas conversadas da gente. Mas senta só por aí mermão. Conta as coisas boas e te lembra que as más foram levadas pelos ventos que correm para outro lado, nunca para o lado de onde tem início o zulmarinho que termina aqui. E tu aí, mermão, que deixaste recado na mão da conterra e ela aqui deixou, te vais lembrar de cada coisa que o tempo deu de finados. "Quem, te deu morena esses dois diamantes". Sim, responde lá quem foi? "Esses olhos morenos..." De facto, mermão, não damos de prestação! Quando tu souberes o que é um computador, quando souberes que a vida não é só ser professor. Caramba, faço ideias de teus alunos. Tu que as sabes todas vais ver os teus alunos vão ser mesmo difícies de te enganar. E tu aí mermão que estás np putro lado do zulmarinho te senta e bebe, vinho ou uma birra gelada que podes ter certeza que aqui alguém as pagas.Te lembra também, mermão, que amanhã é DIA de África
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Carlos Carranca
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Benvindo, mermão 24-05-2005 20:49
Forum: Conversas de Café
Ou será bem vindo? Cada vez parace mais dificil escrever as conversas conversadas da gente. Mas senta só por aí mermão. Conta as coisas boas e te lembra que as más foram levadas pelos ventos que correm para outro lado, nunca para o lado de onde tem início o zulmarinho que termina aqui. E tu aí, mermão, que deixaste recado na mão da conterra e ela aqui deixou, te vais lembrar de cada coisa que o tempo deu de finados. "Quem, te deu morena esses dois diamantes". Sim, responde lá quem foi? "Esses olhos morenos..." De facto, mermão, não damos de prestação! Quando tu souberes o que é um computador, quando souberes que a vida não é só ser professor. Caramba, faço ideias de teus alunos. Tu que as sabes todas vais ver os teus alunos vão ser mesmo difícies de te enganar. E tu aí mermão que estás np putro lado do zulmarinho te senta e bebe, vinho ou uma birra gelada que podes ter certeza que aqui alguém as pagas.Te lembra também, mermão, que amanhã é DIA de África
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Carlos Carranca
24 de maio de 2005
Prisões 54 - Consciência - II
No meu post anterior, sobre consciência, conclui que o nosso ser é a nossa consciência.
Assim, toda a intenção de incrementar o nosso ser deve passar pelo incremento da nossa consciência. Aí encontramos o primeiro problema. Como incrementar a nossa consciência? É o que se pretende, sem dúvida, com estes escritos, onde cada um dá a sua opinião, sobre o que quer que seja, independentemente de querermos encaminhar a nossa consciência num ou noutro sentido. O que fazemos primeiro é fortalecê-la, diminuindo o grau de inconsciência.
Este é um facto que me alarma: Se o que define um ser é a consciência, que pensa, sente e existe e não o corpo, a carne que realiza acções e pensamentos programados como um piloto automático, então não deveria estar a consciência sempre presente? Na verdade observo da existência de muitos seres humanos que consistem em fazer precisamente o contrário, reduzir o grau de consciência e alcançar o automatismo. O risco de que o inconsciente entre em áreas da consciência está continuamente presente. E não creio que, porque pensamos ou raciocinamos, somos conscientes. Porque de um mesmo modo podemos pensar ou raciocinar de modo automático.
Fixa-te no que te rodeia. As cores, as formas, os sons, sensações e no que mais houver. A tua consciência passa o dia adormecida. És capaz de dizer rapidamente, sem re-olhares, quantos botões tem a tua camisa? Quais os dez livros que leste ultimamente? Bem, se calhar pensamos que isso é a capacidade de observação e não tanto a capacidade da mente, pois em cada instante se produzem um número quase infinito de experiências sensoriais. Sentes neste momento alguma coisa? Provavelmente não. No entanto lembra-te que neste momento a tua roupa toca-te em milhentos pontos da tua pele.
Eu depois continuo…se encontrar compostos de letras que formem palavras.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Assim, toda a intenção de incrementar o nosso ser deve passar pelo incremento da nossa consciência. Aí encontramos o primeiro problema. Como incrementar a nossa consciência? É o que se pretende, sem dúvida, com estes escritos, onde cada um dá a sua opinião, sobre o que quer que seja, independentemente de querermos encaminhar a nossa consciência num ou noutro sentido. O que fazemos primeiro é fortalecê-la, diminuindo o grau de inconsciência.
Este é um facto que me alarma: Se o que define um ser é a consciência, que pensa, sente e existe e não o corpo, a carne que realiza acções e pensamentos programados como um piloto automático, então não deveria estar a consciência sempre presente? Na verdade observo da existência de muitos seres humanos que consistem em fazer precisamente o contrário, reduzir o grau de consciência e alcançar o automatismo. O risco de que o inconsciente entre em áreas da consciência está continuamente presente. E não creio que, porque pensamos ou raciocinamos, somos conscientes. Porque de um mesmo modo podemos pensar ou raciocinar de modo automático.
Fixa-te no que te rodeia. As cores, as formas, os sons, sensações e no que mais houver. A tua consciência passa o dia adormecida. És capaz de dizer rapidamente, sem re-olhares, quantos botões tem a tua camisa? Quais os dez livros que leste ultimamente? Bem, se calhar pensamos que isso é a capacidade de observação e não tanto a capacidade da mente, pois em cada instante se produzem um número quase infinito de experiências sensoriais. Sentes neste momento alguma coisa? Provavelmente não. No entanto lembra-te que neste momento a tua roupa toca-te em milhentos pontos da tua pele.
Eu depois continuo…se encontrar compostos de letras que formem palavras.
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Carlos Carranca
23 de maio de 2005
Punguita, senta e me fala
"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Punguita, senta e me fala 22-05-2005 18:25
Forum: Conversas de Café
Senta aí, punguita, senta também Anelzinho, conterra, amigos de horas boas e más. Vamos todos fazer desta mesa como se fosse um fogueira e vamos ouvir-te falar dos sonhos, das magias dos sons, odores e calores. Conta tudo sem engasgares ou comer palavras, que estamos sedentos de te ouvir coisas que vêm desdo o início do zulmarinho que termina aqui. Me fala das estradas, caminhos e carreiros onde corremos nas brincadeiras que gostavamos de ter a capacidade de brincar outra vez, já que nunca lhe brincámos. Conta as fantasias que imaginas nas manhãs de cacimbo, amigos que temos e sentimos mas não vemos. Conta as verdades das inverdades não vividas mas sentidas sempre. Eu te digo que ontem e hoje esteve lá no cimo da serra um mermão que estou certo falou da gente como se a gente estivessa ali ao lado. Mas hoje não sou eu que quero falar. Hoje estou mesmo com vontade de te ouvir.Me deixa ficar aqui junto a esta fogueira com a minha birra geladinha que até faz doer os dedos, e com os olhos a olhar os teus enquanto tu falas.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
carranca
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Punguita, senta e me fala 22-05-2005 18:25
Forum: Conversas de Café
Senta aí, punguita, senta também Anelzinho, conterra, amigos de horas boas e más. Vamos todos fazer desta mesa como se fosse um fogueira e vamos ouvir-te falar dos sonhos, das magias dos sons, odores e calores. Conta tudo sem engasgares ou comer palavras, que estamos sedentos de te ouvir coisas que vêm desdo o início do zulmarinho que termina aqui. Me fala das estradas, caminhos e carreiros onde corremos nas brincadeiras que gostavamos de ter a capacidade de brincar outra vez, já que nunca lhe brincámos. Conta as fantasias que imaginas nas manhãs de cacimbo, amigos que temos e sentimos mas não vemos. Conta as verdades das inverdades não vividas mas sentidas sempre. Eu te digo que ontem e hoje esteve lá no cimo da serra um mermão que estou certo falou da gente como se a gente estivessa ali ao lado. Mas hoje não sou eu que quero falar. Hoje estou mesmo com vontade de te ouvir.Me deixa ficar aqui junto a esta fogueira com a minha birra geladinha que até faz doer os dedos, e com os olhos a olhar os teus enquanto tu falas.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
20 de maio de 2005
Geladinhaaaaaaaa
"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Geladinha Hoje, 22:26
Forum: Conversas de Café
Vamos, avilo, derramar umas quantas goela abaixo e sentir a brisa nocturna que sai desse zulmarinho e vem de encontro a nós trazendo novas do lá do início dele. Senta e ouve esse cantar, essas carícias desse mar revolto que se sente aprisionado nas suas margens. Te parecem violentas? Te parecem muisica anos 60? Avilo, é só mesmo balada de protesto no sentido de que as areias têm de ser mexidas para apanhar ar. Depois, mermão, vem o cansaço causado de tantas arrebentações que volta a ficar chão, água com areia na carícia marital de quem tem dias que não se pode nem ver.Avilo, com esta prosa que te conto deu-me uma sede que vais ter de pagar umas quantas para eu ter forças para ficar a ver o mar.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
carranca
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Geladinha Hoje, 22:26
Forum: Conversas de Café
Vamos, avilo, derramar umas quantas goela abaixo e sentir a brisa nocturna que sai desse zulmarinho e vem de encontro a nós trazendo novas do lá do início dele. Senta e ouve esse cantar, essas carícias desse mar revolto que se sente aprisionado nas suas margens. Te parecem violentas? Te parecem muisica anos 60? Avilo, é só mesmo balada de protesto no sentido de que as areias têm de ser mexidas para apanhar ar. Depois, mermão, vem o cansaço causado de tantas arrebentações que volta a ficar chão, água com areia na carícia marital de quem tem dias que não se pode nem ver.Avilo, com esta prosa que te conto deu-me uma sede que vais ter de pagar umas quantas para eu ter forças para ficar a ver o mar.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Ouve com toda a atenção
"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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senta, avilo e ouve com atenção Hoje, 01:23
Forum: Conversas de Café
Senta aí, avilo, e fica com toda a atenção do mundo concentrada aqui. Não desvies nem os olhos para não perderes nada do que te vou dizer.Segura na loira, não te vá ela escorregar da mão quando abrires a boca de espanto. Esquece o barulho da calema que tem caido nesse zulmarinho que parece mais negro que o alcatrão. Te começo por ler:
citação:
Carlos Carranca Sanzanado
carranca
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senta, avilo e ouve com atenção Hoje, 01:23
Forum: Conversas de Café
Senta aí, avilo, e fica com toda a atenção do mundo concentrada aqui. Não desvies nem os olhos para não perderes nada do que te vou dizer.Segura na loira, não te vá ela escorregar da mão quando abrires a boca de espanto. Esquece o barulho da calema que tem caido nesse zulmarinho que parece mais negro que o alcatrão. Te começo por ler:
citação:
Foi mesmo uma insensatez o que pensámos nesse momento, o que nos deixou levarAgora, mermão, depois de ter estado a olhar para oeste, de ter falado e ouvido, vias novas tecnologias, fiquei a saber que estou quadrado nas minhas ideias, prisioneiro dos meus amigos, que só vejo de um olho, que só aponto com um dedo, que só ando em circúlos, se calhar egocentricos já que não têm eco para serem centricos. Numas poucas palavras: eu sou o mau da fita. Assim sendo, mermão, só tenho de pedir desculpa, a todos aqueles que tiveram a pachorra de me ouvir, por ter escrito coisas por aqui. Estou em dívida! Estou na dúvida também. Manda vir aí umas quantas outras para ver se eu vejo o caminho que devo seguir sem atropelar ninguém, sem deixar de ser coerente e sem roubar nada de ninguém, nem uma vogal mesmo...
por essa onda incoerente ! Emoções à flor da pele...raio !Não sei o que
aconteceu naquele momento...só sei que as desculpas evitam-se!
Carlos Carranca Sanzanado
Prisões 53 - Consciência
Falando de consciência começando por uma pergunta simples: quem sou? A esta pergunta habitual, ou pelo menos muito frequente, a sua resposta revela muito sobre o indivíduo. Muitos respondem dando o nome e apelido, resposta mais habitual, não dando assim nenhum dado sobre si. Só nos revela o nome por que é conhecido. Outros, muito menos, respondem-nos fazendo a discrição do seu currículo e carreira profissional. Continuamos a não saber quem é. Em ambientes mais familiares podem fazer-nos uma lista de sonhos, pensamentos, personalidade… Continuamos na mesma.
Há respostas menos comuns, porém mais científicas. Alguns peritos seriam capazes de associar a uma personagem a um mapa genético, com características particulares e irrepetíveis.
Mas continuaria a ser insatisfatória.
Quem sou realmente?
Sou o que sou. É essa consciência de saber que eu sou eu que define o meu ser.
Em resumo: o nosso ser é a nossa consciência.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Há respostas menos comuns, porém mais científicas. Alguns peritos seriam capazes de associar a uma personagem a um mapa genético, com características particulares e irrepetíveis.
Mas continuaria a ser insatisfatória.
Quem sou realmente?
Sou o que sou. É essa consciência de saber que eu sou eu que define o meu ser.
Em resumo: o nosso ser é a nossa consciência.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Prisões 52 - Reformas e Demografia
Na segunda metade do século XX produziu-se uma mudança notável na ideologia das sociedades e na sua prática económica. Como consequência dessa mudança as administrações públicas assumiram responsabilidades sobre os gastos que oneram o envelhecimento. Os governos garantem que todos os trabalhadores se reformem, tenham acesso ao sistema de saúde, haja infra estruturas de apoio social para idosos e deficientes.
Por outro lado, tudo isto está agora a ser questionado nos nossos dias. Porque se quer administrações públicas menos gastadoras e um maior controlo, transparência e racionalidades nos gastos públicos. Por outras palavras, pede-se aos governos que gastem e que não gastem no cuidado aos idosos.
Há três sistemas sócio-económicos de são directamente atingidos pelo envelhecimento demográfico: as reformas; sistema de saúde; acção social.
O sistema de reformas tem de ser revisto profundamente nos próximos anos. O número de pessoas com idade de trabalhar e, consequentemente, pagar impostos e taxas está a reduzir-se em comparação com o número de pessoas que recebem ajuda financeira do Estado. Há algumas soluções claras: que os trabalhadores paguem mais impostos ou que os reformados recebam menos pensões. Porém também se podem arranjar outras formas de gastos públicos ou reformas mais eficazes. Uma melhor solução seria a dos trabalhadores serem mais produtivos, mais ricos, pagar mais impostos e assim financiar as reformas. Porém, a imigração parece ser um fenómeno capaz de compensar qualquer limitação demográfica de oferta laboral.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Por outro lado, tudo isto está agora a ser questionado nos nossos dias. Porque se quer administrações públicas menos gastadoras e um maior controlo, transparência e racionalidades nos gastos públicos. Por outras palavras, pede-se aos governos que gastem e que não gastem no cuidado aos idosos.
Há três sistemas sócio-económicos de são directamente atingidos pelo envelhecimento demográfico: as reformas; sistema de saúde; acção social.
O sistema de reformas tem de ser revisto profundamente nos próximos anos. O número de pessoas com idade de trabalhar e, consequentemente, pagar impostos e taxas está a reduzir-se em comparação com o número de pessoas que recebem ajuda financeira do Estado. Há algumas soluções claras: que os trabalhadores paguem mais impostos ou que os reformados recebam menos pensões. Porém também se podem arranjar outras formas de gastos públicos ou reformas mais eficazes. Uma melhor solução seria a dos trabalhadores serem mais produtivos, mais ricos, pagar mais impostos e assim financiar as reformas. Porém, a imigração parece ser um fenómeno capaz de compensar qualquer limitação demográfica de oferta laboral.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
19 de maio de 2005
Café na Esplanada 5
Senta aí, mermão, e vamos esperar que a calema saia desta praia. Tás a ver só o que é ter ondas dessa altura que parece que é só água mas afinal vem um força atrás dela que derruba quem for teimoso. Mesmo melhor, mermão, é ver se ele fica assim sereno como a noite de verão. Esperar aqui sentado, agrarrado a umas birras geladeriimas, deixar o mar descarregar a sua bílis, vomitar todo o seu estômago e voltar a ser o sereno zulmarinho da côr que os teus olhos quizerem que ele seja.
Vamos beber, mermão, e deixar passar a crise dos 30, depois virá a dos 37 e não chegará a dos 60 porque porque aí não vai haver olhos e dedos para teclar nesse mar.
Deixa só ele libertar a sua energuia contra as rochas, esfrangalhar-se todo contra a falésia.
Vamos bebendo, mermão.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Vamos beber, mermão, e deixar passar a crise dos 30, depois virá a dos 37 e não chegará a dos 60 porque porque aí não vai haver olhos e dedos para teclar nesse mar.
Deixa só ele libertar a sua energuia contra as rochas, esfrangalhar-se todo contra a falésia.
Vamos bebendo, mermão.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Curiosidades
Curiosidade
Andamos nós a estudar para vir a descobrir que tudo (ou quase tudo?) já está decidido!!!!!...
A bitola dos caminhos de ferro (distância entre os 2 trilhos) dos Estados Unidos é de 4 pés e 8,5 polegadas.
Porque foi usado este número?
Porque era esta a bitola dos caminhos de ferro ingleses e, como os caminhos de ferro americanos foram construídos pelos ingleses, esta medida foi usada!
Porque é que os ingleses usavam esta medida?
Porque as empresas inglesas que construíam os vagões eram as mesmas que construíam as carroças antes dos caminhos de ferro e utilizaram as mesmas bitolas das carroças.
Porque era usada a medida (4 pés e 8,5 polegadas)para as carroças?
Porque a distância entre as rodas das carroças deveria caber nas estradas antigas da Europa que tinham esta medida.
E por que tinham as estradas esta medida?
Porque estas estradas foram abertas pelo antigo império romano aquando das suas conquistas, e estas medidas eram baseadas nos carros romanos puxados por dois cavalos.
E porque é que as medidas dos carros romanos foram definidas assim?
Porque foram feitas para acomodar 2 traseiros de cavalo!
Finalmente...
O vaivem espacial americano, o Space Shuttle, utiliza 2 tanques de combustível (SRB - Solid Rocket Booster) que são fabricados pela Thiokol no Utah.
Os engenheiros que projectaram estes tanques queriam fazê-lo mais largos, porém tinham a limitação dos túneis ferroviários por onde eles seriam transportados, que tinham as suas medidas baseada na bitola da linha, que estava limitada ao tamanho das carroças inglesas
que tinham a largura das estradas europeias da época do império Romano, que tinham a largura do cu de 2 cavalos.
Conclusão:
O exemplo mais avançado da engenharia mundial em design e tecnologia é baseado no tamanho do cu do cavalo romano!
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Andamos nós a estudar para vir a descobrir que tudo (ou quase tudo?) já está decidido!!!!!...
A bitola dos caminhos de ferro (distância entre os 2 trilhos) dos Estados Unidos é de 4 pés e 8,5 polegadas.
Porque foi usado este número?
Porque era esta a bitola dos caminhos de ferro ingleses e, como os caminhos de ferro americanos foram construídos pelos ingleses, esta medida foi usada!
Porque é que os ingleses usavam esta medida?
Porque as empresas inglesas que construíam os vagões eram as mesmas que construíam as carroças antes dos caminhos de ferro e utilizaram as mesmas bitolas das carroças.
Porque era usada a medida (4 pés e 8,5 polegadas)para as carroças?
Porque a distância entre as rodas das carroças deveria caber nas estradas antigas da Europa que tinham esta medida.
E por que tinham as estradas esta medida?
Porque estas estradas foram abertas pelo antigo império romano aquando das suas conquistas, e estas medidas eram baseadas nos carros romanos puxados por dois cavalos.
E porque é que as medidas dos carros romanos foram definidas assim?
Porque foram feitas para acomodar 2 traseiros de cavalo!
Finalmente...
O vaivem espacial americano, o Space Shuttle, utiliza 2 tanques de combustível (SRB - Solid Rocket Booster) que são fabricados pela Thiokol no Utah.
Os engenheiros que projectaram estes tanques queriam fazê-lo mais largos, porém tinham a limitação dos túneis ferroviários por onde eles seriam transportados, que tinham as suas medidas baseada na bitola da linha, que estava limitada ao tamanho das carroças inglesas
que tinham a largura das estradas europeias da época do império Romano, que tinham a largura do cu de 2 cavalos.
Conclusão:
O exemplo mais avançado da engenharia mundial em design e tecnologia é baseado no tamanho do cu do cavalo romano!
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Carlos Carranca
18 de maio de 2005
Café na Esplanada 4
Vamos sentar e beber as nossas e mais algumas de outros que não podem peber porque simplesmente não querem sonhar. Vamos, conterra, saborear este gosto amargo mas divino de uma birra gelada e disfrutar a capacidade que temos de sonhar e ver mais para além da linha recta que é curva.
Olhas à tua volta e vês cada vez mais gente que fala na gritaria que até parece que estão no leilão de uma coisa rara. Eles já viraram zombies deles mesmo. Deixaram de ter a paz dentro deles, de ter a capacidade de olhar no interior deles mesmo, se calhar porque se assustariam com o que iriam ver. Sabes, conterra, às vezes é mesmo preciso olhar no umbigo da gente mesmo e pensar se já fizemos tudo o que queriamos fazer.
Anda, conterra, vamos virar umas grades delas para não sermos ultrapassados por esses vazios.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Olhas à tua volta e vês cada vez mais gente que fala na gritaria que até parece que estão no leilão de uma coisa rara. Eles já viraram zombies deles mesmo. Deixaram de ter a paz dentro deles, de ter a capacidade de olhar no interior deles mesmo, se calhar porque se assustariam com o que iriam ver. Sabes, conterra, às vezes é mesmo preciso olhar no umbigo da gente mesmo e pensar se já fizemos tudo o que queriamos fazer.
Anda, conterra, vamos virar umas grades delas para não sermos ultrapassados por esses vazios.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
17 de maio de 2005
Café na Esplanada 3
Como é que é, avilo? Manda aí umas birras para ver se afogo o virus que parece está a fazer ferver o corpo que nem paludismo. Pois, avilo, vir no fim da tarde apanhar o perfume da marzia, os salpicos lacrimegantes do zulmarinho tem destas coisas. Se apanha rápido mas não se consegue nem descolar com mezinhas ou genéricos ou de marca. Se fica mesmo como atrofiado. Vamos mas é só beber e ver se ele morre afogado.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
16 de maio de 2005
Um café na Esplanada 2
Depois de ter-me conseguido libertar de ruídos estranhos, de ver que afinal há moderação, mas não de corrente alternada e só quando convém, mermão, aqui estou para conversar contigo na companhia das loiras geladas e do perfume de maresia.
Mermão, senta aqui à vontade que aqui tem reservado o direito de admissão.
É, mermão, eles não sabem que às vezes é mesmo preciso ficar só a ouvir o zulmarinho se estender na areia doirada da praia. Eles não sabem, mermão, que o canto desse mar tem um significado grande para nós. Eles, mermão, não sabem o que é a capacidade de sonhar. Eles não sentem o que nós sentimos porque eles são feitos de ferro, são de aço, enquanto nós, mermão, somos feitos de sentimento, de alegria de estarmos vivos e termos a capacidade de sonhar que para lá da linha recta que é curva existe um país que embora gatiunhado vai na frente do sonho que é dele e nosso, também.
Vamos, mermão, paga aí umas quantas e vamos ficar a olhar lá para a frente ver se com a força do olhar ele fica mais perto.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Mermão, senta aqui à vontade que aqui tem reservado o direito de admissão.
É, mermão, eles não sabem que às vezes é mesmo preciso ficar só a ouvir o zulmarinho se estender na areia doirada da praia. Eles não sabem, mermão, que o canto desse mar tem um significado grande para nós. Eles, mermão, não sabem o que é a capacidade de sonhar. Eles não sentem o que nós sentimos porque eles são feitos de ferro, são de aço, enquanto nós, mermão, somos feitos de sentimento, de alegria de estarmos vivos e termos a capacidade de sonhar que para lá da linha recta que é curva existe um país que embora gatiunhado vai na frente do sonho que é dele e nosso, também.
Vamos, mermão, paga aí umas quantas e vamos ficar a olhar lá para a frente ver se com a força do olhar ele fica mais perto.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Prisões 51 - Continuando demograficamente
Mantendo o tema da demografia, aqui estou,
A frase "Envelhecimento da Sociedade" não soa bem. Parece transmitir uma ideia de decadência da civilização, quando na realidade se trata de um triunfo. É um exemplo da mestria da nossa espécie no controlo das doenças e natalidade. Talvez seria melhor chamar de "Democratização da Velhice".
Em termos estatísticos, a taxa de envelhecimento define-se como a percentagem que representa os maiores de 65 anos, sobre a população total.
Um indicador parecido é a taxa de dependência que mostra a percentagem de idosos sobre a população activa. Estas taxas estão a subir em todos os países desenvolvidos devido a:
1 – Descida da taxa de natalidade no presente
2 – Maior sobrevivência da população, associada aos avanços da medicina, com a diminuição da mortalidade infantil fazendo que mais pessoas cheguem a idades avançadas
3 – Maior longevidade, também em consequência dos avanços da medicina
4 – Migrações. Os que imigram são normalmente jovens.
Estas razões, actuando simultaneamente provocam um fenómeno demográfico que terá efeitos revolucionários na sociedade e na economia.
Continuarei, assim tenha engenho e alguma arte que transpiração não me falta.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
A frase "Envelhecimento da Sociedade" não soa bem. Parece transmitir uma ideia de decadência da civilização, quando na realidade se trata de um triunfo. É um exemplo da mestria da nossa espécie no controlo das doenças e natalidade. Talvez seria melhor chamar de "Democratização da Velhice".
Em termos estatísticos, a taxa de envelhecimento define-se como a percentagem que representa os maiores de 65 anos, sobre a população total.
Um indicador parecido é a taxa de dependência que mostra a percentagem de idosos sobre a população activa. Estas taxas estão a subir em todos os países desenvolvidos devido a:
1 – Descida da taxa de natalidade no presente
2 – Maior sobrevivência da população, associada aos avanços da medicina, com a diminuição da mortalidade infantil fazendo que mais pessoas cheguem a idades avançadas
3 – Maior longevidade, também em consequência dos avanços da medicina
4 – Migrações. Os que imigram são normalmente jovens.
Estas razões, actuando simultaneamente provocam um fenómeno demográfico que terá efeitos revolucionários na sociedade e na economia.
Continuarei, assim tenha engenho e alguma arte que transpiração não me falta.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
15 de maio de 2005
Prisões 50 - Demografia e Petróleo
Continuando demograficamente por aqui.
O petróleo não se esgotará. Ninguém duvida que a quantidade de petróleo existente no planeta é fixa e limitada. Também é certo que o consumo de petróleo tem sido sempre crescente desde a sua descoberta. Porém estas certezas não contradizem a certeza que é impossível o petróleo esgotar-se. Vamos imaginar que só existia 1 barril de ouro negro. O seu preço atingiria um valor tal que decerto estaria a ser contemplado num Museu qualquer. Imagine-se que só existiria um poço em exploração. O seu dono estaria a pedir um preço tão alto que só se poderia utilizar em algo muito importante e indispensável. Imaginemos agora que existiriam algumas dezenas ou mesmo uma centena de poços em exploração. De certo que os automóveis que os automóveis já seriam movidos na sua totalidade com outro qualquer tipo de combustível. Porque as fábricas de automóveis precisariam de os vender.
Ainda que o petróleo siga as leis do mercado ele nunca será escasso e a sua procura será sempre satisfeita. A paulatina contracção da oferta provocará uma subida dos preços e o consequente ajuste da procura.
Ao estarem repartidas por diferentes áreas do globo as suas reservas, o seu mercado pode funcionar de forma eficiente. Até a esta data, todos os movimentos do seu preço têm estado a ser devidas a razões políticas e têm sido sempre temporárias. Em todo o caso as técnicas alternativas de produção de energia estão ai. Se algo podemos deduzir na História da Tecnologia é que não há nenhum factor nem nenhum recurso que seja insubstituível. Há é factores produtivos e bens intermédios em que preços são variáveis, uns mais caros que outros.
A produção tem vindo a adaptar-se a esta realidade.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
O petróleo não se esgotará. Ninguém duvida que a quantidade de petróleo existente no planeta é fixa e limitada. Também é certo que o consumo de petróleo tem sido sempre crescente desde a sua descoberta. Porém estas certezas não contradizem a certeza que é impossível o petróleo esgotar-se. Vamos imaginar que só existia 1 barril de ouro negro. O seu preço atingiria um valor tal que decerto estaria a ser contemplado num Museu qualquer. Imagine-se que só existiria um poço em exploração. O seu dono estaria a pedir um preço tão alto que só se poderia utilizar em algo muito importante e indispensável. Imaginemos agora que existiriam algumas dezenas ou mesmo uma centena de poços em exploração. De certo que os automóveis que os automóveis já seriam movidos na sua totalidade com outro qualquer tipo de combustível. Porque as fábricas de automóveis precisariam de os vender.
Ainda que o petróleo siga as leis do mercado ele nunca será escasso e a sua procura será sempre satisfeita. A paulatina contracção da oferta provocará uma subida dos preços e o consequente ajuste da procura.
Ao estarem repartidas por diferentes áreas do globo as suas reservas, o seu mercado pode funcionar de forma eficiente. Até a esta data, todos os movimentos do seu preço têm estado a ser devidas a razões políticas e têm sido sempre temporárias. Em todo o caso as técnicas alternativas de produção de energia estão ai. Se algo podemos deduzir na História da Tecnologia é que não há nenhum factor nem nenhum recurso que seja insubstituível. Há é factores produtivos e bens intermédios em que preços são variáveis, uns mais caros que outros.
A produção tem vindo a adaptar-se a esta realidade.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Uma café na Esplanada
É assim a vida, mermão. Uns dias estamos na mó de cima outros nem por isso. Precisamos mesmo, avilo, é estar com a alma cheia de sorriso, ter a alegria dentro da gente para que a gente possa viver a vida, na certeza que ela é curta e se não tivermos a capacidade de a desfrutar vamos desta para mehor e não deixamos se quer a saudade. Por isso, mermão, aqui no silêncio do zulmarinho, no ondular das suas ondas, no perfume de marzia que vem deste o início dele, onde ninguém chateia ninguém, onde podemos ter a capacidade de ver para além da linha curva recta que é curva, podemos sonhar sem os ruídos daqueles que falam alto porque é a única maneira que têm de ser ouvidos, continuarei a berber as birras geladerrimas contigo. Me disseram, mermão, que lá no outro sítio eu fui bronco, fui pior que eles mesmo, que aqueles que me levaram para além do facto de não ser de pau, que até que nem parecia eu. Mas eles esqueceram foi de pensar que eu fiquei assim só porque eles mesmo me fizeram ficar assim. São tão inocentes, coitadinhos, como D. Inocência, a dona do bordel ali da esquina. Eles, coitados pensam que me vergaram com a chantagem emocional e coisas dessas. Mas esquecem, mermão que os segundos da vida vão passando e cada vez são menos os que faltam passar. Te digo na verdade que me vai na alma que me custa deixar lá gente muito bonita, gente boa de verdade verdadeira, mas aquela meia dúzia que nem o são de 6, conseguiu roubar o sorriso que ia na alma, que acinzentou o céu azul, que petrolificou a água clara deste zulmarinho e que tu podes confirmar ao ir ver o que estão a fazer naquela Esplanada.
Assim, mermão, podes ir continuando a conversar comogo nesta esplana virada para a calma do zulmarinho do meu contentamento.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Assim, mermão, podes ir continuando a conversar comogo nesta esplana virada para a calma do zulmarinho do meu contentamento.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
13 de maio de 2005
Prisões 49 - Erro médico
Este texto é directa e originalmente colocado aqui. Desta vez não quis mostrar primeiro na Sanzalangola como habitualmente, pela simples razão de que lá tem havido menos de meia dúzia de RUIDOS que conseguem tirar todo o prazer de quem escreve estas linhas. Assim, uma pausa, um recuperar de energias, um arrefecer de ânimos, estou certo far-me-á bem, assim como àquelas que tinham, a pachorra de me ler por aquelas bandas.
Dá-me vontade de gritar... "A culpa é sempre do preto, neste caso do médico", mas não quero ser politicamente incorrecto, não quero ir contra a forma em que fui educado, a forma em que vivo a minha vida e a filosofia em que me tenho pautado.
O facto é que, no entanto, esta abordagem dá que pensar.
Dá-me vontade de gritar... "A culpa é sempre do preto, neste caso do médico", mas não quero ser politicamente incorrecto, não quero ir contra a forma em que fui educado, a forma em que vivo a minha vida e a filosofia em que me tenho pautado.
Isto vem a propósito da medicofobia demonstrada por essa menos que meia dúzia.
O marcado interesse por encontrar sinais que levem o médico a descobrir a
patologia do corpo, controla o acto médico. Este interesse determina a
ocorrência de um ritual, assim será que o grande destino do intelecto médico,
neste pretendido acto, é instaurar o domínio da razão e a confirmação do poder
do seu saber. Na história fragmentada de todo um universo simbólico que se chama
paciente concentra-se só naquelas chaves codificadas na especificidade
biológica. A história clínica, pondo a descoberto o ser humano, intrincado
complexo de produção de vida, com traços biológicos, psíquicos, sociais e
culturais que dão sentido de totalidade ao mesmo tempo que da
individualidade
O facto é que, no entanto, esta abordagem dá que pensar.
É devido a esta abordagem que temos, todos os dias, pessoas que têm um avô de 91 anos, que sofre de insuficiência cardíaca do tamanho de umas casas em que o coração não cabe na caixa torácica, de insuficiência renal com um grau enorme, para além de ser diabético e hipertenso, e ainda se lembra de apanhar uma pneumonia e que o leva à morte, vão a correr para a TVI, Correio da Manhã ou 24 Horas, mesmo antes de porem o processo no Ministério Público (Título em letras garrafais: família pensa pôr processo a médico do Hospital X), porque, afinal, a culpa é do sacana do médico, que não soube diagnosticar a tempo!
É certo que, durante o curso de medicina, nos é impingida uma cultura de perfeccionismo. Cultura essa que nos segue em cada segundo em que estamos a exercer. Cultura que nos leva a fazer uma Medicina defensiva e por isso mais onerosa quer para o Estado quer para a condição física e psiquica do médico. Somos educados para não falhar, mas o certo é que, como seres humanos que somos, não podemos evitar certo e determinado tipo de erro, ainda que sob condições de funcionamento "ideais" - ou seja, haver bom ambiente de trabalho e os médicos estarem em condições perfeitas de saúde física e mental .Claro que, como em tudo na vida, hoje em dia ninguém, é 100% santo (nem os Santos Padres... quanto mais uma classe inteira...) e os erros com negligência, e, até mesmo, com dolo, acontecem. E há mecanismos para isso. Há meios ficazes para combater isso. Mas não há pachorra é para estar constantemente, minuto a minuto, ouvir a mesma música qual martelada constante e ritmada. Se têm complexos socorram-se de psiquiatras e psicólogos, mas não esteja a chatear quem dá o seu melhor. Cansei-me de ouvir o Angola é Nossa!
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
11 de maio de 2005
Senta, mermã
"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Senta mermã Hoje, 19:05
Forum: Conversas de Café
Hoje mesmo és tu quem paga que há muito andas como que evaporada do mapa. Senta aqui e paga. Não pegas num livro, porque tens muitas estórias para ouvir mesmo que haja muitos silêncios no meio. Sabes, mermã, para mim não tem essa que mulher isto ou aquilo. Está definido na carta do destino que o rumo é aquele e depois é so seguir nele sem olhar nessa de outras coisas estruturais e condicionais. Mermã, eu sei que mesmo quando não vens aqui ficas ali à beira do zulmarinho a escutar não só as ondas como tambem vens ver o quadro de cortiça que um dia tiveste a lembrança boa de colocar ali e tem nele coisas muito bonitas.Senta, mermã, e vem escutar os sons, mesmo que estes sejam do silêncio que aqui não é aterrador mas é cheio de sonhos e magia.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
carranca
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Senta mermã Hoje, 19:05
Forum: Conversas de Café
Hoje mesmo és tu quem paga que há muito andas como que evaporada do mapa. Senta aqui e paga. Não pegas num livro, porque tens muitas estórias para ouvir mesmo que haja muitos silêncios no meio. Sabes, mermã, para mim não tem essa que mulher isto ou aquilo. Está definido na carta do destino que o rumo é aquele e depois é so seguir nele sem olhar nessa de outras coisas estruturais e condicionais. Mermã, eu sei que mesmo quando não vens aqui ficas ali à beira do zulmarinho a escutar não só as ondas como tambem vens ver o quadro de cortiça que um dia tiveste a lembrança boa de colocar ali e tem nele coisas muito bonitas.Senta, mermã, e vem escutar os sons, mesmo que estes sejam do silêncio que aqui não é aterrador mas é cheio de sonhos e magia.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Prisões 48 - Demografia parte não sei quantas
"Fio": Prisões
carranca
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Demografia - parte qualquer coisa Hoje, 18:57
Forum: Conversas de Café
Nunca me tinha passado pela cabeça entrar num tema em que nada me passava pela cabeça, nem se quer o pensamento nele, e me aprisonasse assim. O Biafra é culpado.
citação:
A equipe do MIT introduziu modificações nos pressupostos iniciais para estudar como poderia ser modificado esse resultado. Se as reservas mundiais fossem multiplicadas por dois ou por cinco isso significaria apenas um adiar de dez ou vinte anos no resultado final. Esta viria então acompanhada de taxas de contaminação muito mais altas e a mortalidade consequente reduziria a população humana a níveis muito mais baixos.
A única modificação dos dados introduzidos que conseguiria eliminar a crise, consistia na igualização imediata das taxas de natalidade e mortalidade em todo o mundo e a paragem do processo de acumulação de capital, com uma paragem brusca nos gastos dos recursos e de modo menos contaminante.Pouco depois da publicação, pelo Clube de Roma deste estudo, os preços do petróleo e das matérias primas dispararam, e os países ocidentais viveram a mais profunda crise deste a Segunda Guerra Mundial. Foi nesta época que nasceram um grande número de organizações ecologistas e as teorias do crescimento zero.
Só há pouco tempo as águas voltaram a acalmar-se. A crise dos anos 70 foi má, porém não a última. Os preços do petróleo subiram e voltaram a descer. A subida dos preços estimulou a exploração de novas jazidas e a investigação de técnicas com menor gastos de energia. O aumento da oferta e a contracção da procura fizeram desaparecer o fantasma do esgotamento dos recursos. No ano de 1973 a produção mundial de petróleo foi de 2.836,4 milhões de toneladas e as reservas estavam estimadas em 86.096 milhões de toneladas, pelo que se pode calcular facilmente, com uma simples divisão, que o petróleo acabaria em 2003.
os economistas que me emendem se estiver errado.
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Carlos Carranca
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Demografia - parte qualquer coisa Hoje, 18:57
Forum: Conversas de Café
Nunca me tinha passado pela cabeça entrar num tema em que nada me passava pela cabeça, nem se quer o pensamento nele, e me aprisonasse assim. O Biafra é culpado.
citação:
Em 1970, o Clube de Roma, uma associação privada composta por empresários,No estudo, compilaram dados sobre a evolução dos primeiros setenta anos do século XX sobre um conjunto de variáveis: população, a produção industrial e agrícola, a contaminação e as reservas mundiais conhecidas de alguns minerais. As perspectivas foram muito negativas. Como consequência da diminuição dos recursos naturais, desenhou-se, até ao ano 2000, uma grave crise nas produções industrial e agrícola que inverteriam o sentido da evolução. A população atingiria um máximo histórico e a partir do qual diminuiria rapidamente. No ano 2100 alcançar-se-ia um estado estacionário com produções industriais e agrícolas muito inferiores ao início do século XX e com a população humana em decadência.
cientistas e políticos, encarregou um grupo de investigadores do Massachusetts
Institute of Technology da realização de um estudo sobre as tendências e os
problemas económicos que ameaçam a sociedade global. Os resultados foram
publicados em Março de 1972 com o título "Os Limites do Crescimento"
A equipe do MIT introduziu modificações nos pressupostos iniciais para estudar como poderia ser modificado esse resultado. Se as reservas mundiais fossem multiplicadas por dois ou por cinco isso significaria apenas um adiar de dez ou vinte anos no resultado final. Esta viria então acompanhada de taxas de contaminação muito mais altas e a mortalidade consequente reduziria a população humana a níveis muito mais baixos.
A única modificação dos dados introduzidos que conseguiria eliminar a crise, consistia na igualização imediata das taxas de natalidade e mortalidade em todo o mundo e a paragem do processo de acumulação de capital, com uma paragem brusca nos gastos dos recursos e de modo menos contaminante.Pouco depois da publicação, pelo Clube de Roma deste estudo, os preços do petróleo e das matérias primas dispararam, e os países ocidentais viveram a mais profunda crise deste a Segunda Guerra Mundial. Foi nesta época que nasceram um grande número de organizações ecologistas e as teorias do crescimento zero.
Só há pouco tempo as águas voltaram a acalmar-se. A crise dos anos 70 foi má, porém não a última. Os preços do petróleo subiram e voltaram a descer. A subida dos preços estimulou a exploração de novas jazidas e a investigação de técnicas com menor gastos de energia. O aumento da oferta e a contracção da procura fizeram desaparecer o fantasma do esgotamento dos recursos. No ano de 1973 a produção mundial de petróleo foi de 2.836,4 milhões de toneladas e as reservas estavam estimadas em 86.096 milhões de toneladas, pelo que se pode calcular facilmente, com uma simples divisão, que o petróleo acabaria em 2003.
os economistas que me emendem se estiver errado.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Vamos ler, mermão
"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Hoje vamos ler, mermão 10-05-2005 21:45
Forum: Conversas de Café
Hoje além de virarmos umas quantas, mermão vamos aproveitar para ler. Vamos agarrar nos livros que lemos faz muito tempo, que tens de sacudir o pó para poderes ver as letras, vamos ler e vais ver que hoje vais ver com outros olhos. Vais ver que as letras têm outro colorido, te levam a outros sonhos, te embalam em outras canções.Vamos fazer esse exercício? Não tem preocupaçãp, mermão, que não tens que fazer esforço físico. Só tens que pôr essa massa cinzenta, que deve estar assim com côr de ferrugem, a trabalhar. E, assim, mermão, não tens necessidade de ter que me ouvir contar estórias que nunca aconteceram mas que não deixam de ser verdadeiras.Vais ver, avilo, que depois vais sentir o zulmarinho a te chamar com os seus salpicos que quem te vir vai pensar estiveste a chorar.
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Carlos Carranca
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Hoje vamos ler, mermão 10-05-2005 21:45
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Hoje além de virarmos umas quantas, mermão vamos aproveitar para ler. Vamos agarrar nos livros que lemos faz muito tempo, que tens de sacudir o pó para poderes ver as letras, vamos ler e vais ver que hoje vais ver com outros olhos. Vais ver que as letras têm outro colorido, te levam a outros sonhos, te embalam em outras canções.Vamos fazer esse exercício? Não tem preocupaçãp, mermão, que não tens que fazer esforço físico. Só tens que pôr essa massa cinzenta, que deve estar assim com côr de ferrugem, a trabalhar. E, assim, mermão, não tens necessidade de ter que me ouvir contar estórias que nunca aconteceram mas que não deixam de ser verdadeiras.Vais ver, avilo, que depois vais sentir o zulmarinho a te chamar com os seus salpicos que quem te vir vai pensar estiveste a chorar.
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Carlos Carranca
10 de maio de 2005
Prisões 47 - Uma doce prisão
"Fio": Prisões
carranca
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Literatura - uma doce prisão Hoje, 21:25
Forum: Conversas de Café
Hoje apetece-me falar de uma doce prisão. Amoleci. Se calhar hoje sim, se calhar não...
O campo de acção de um artista é tão grande, é tão livre nas suas atitudes que pode propor, como seu objectivo artístico: denunciar opressões e defender os indefesos. Mas isso é tão, mas tão difícil, que só mesmo se for muito bom ele consegue os seus objectivos.
Gorki apoiou a União Soviética, a terra do Comunismo. Ele foi o pilar cultural, expoente máximo, dos regimes de Lenine e Estaline. Para muitos, politicamente falando, Gorki será considerado, assim, um criminoso contra a humanidade.
Eu sei como tive coragem de abrir o primeiro livro de Górki. Mas ainda bem que li.
Tive o privilégio de assistir no antigo Teatro Aberto a peças em que o autor era Gorki. Ainda bem que as vi.
Acabei de reler a Mãe. As suas páginas estão amarelecidas porque ele estava para ali esquecido. Ainda bem que o re-li.
Górki tem força, vitalidade, alegria de viver que até me faz inveja. Górki pode tudo. Não consigo imaginar uma autobiografia que seja melhor do que a sua.
Górki é Górki. Mesmo para aqueles que abominam o marxismo, Górki deverá ser lido.
Enfim, estou preso na leitura de Gorki!
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
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Literatura - uma doce prisão Hoje, 21:25
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Hoje apetece-me falar de uma doce prisão. Amoleci. Se calhar hoje sim, se calhar não...
O campo de acção de um artista é tão grande, é tão livre nas suas atitudes que pode propor, como seu objectivo artístico: denunciar opressões e defender os indefesos. Mas isso é tão, mas tão difícil, que só mesmo se for muito bom ele consegue os seus objectivos.
Gorki apoiou a União Soviética, a terra do Comunismo. Ele foi o pilar cultural, expoente máximo, dos regimes de Lenine e Estaline. Para muitos, politicamente falando, Gorki será considerado, assim, um criminoso contra a humanidade.
Eu sei como tive coragem de abrir o primeiro livro de Górki. Mas ainda bem que li.
Tive o privilégio de assistir no antigo Teatro Aberto a peças em que o autor era Gorki. Ainda bem que as vi.
Acabei de reler a Mãe. As suas páginas estão amarelecidas porque ele estava para ali esquecido. Ainda bem que o re-li.
Górki tem força, vitalidade, alegria de viver que até me faz inveja. Górki pode tudo. Não consigo imaginar uma autobiografia que seja melhor do que a sua.
Górki é Górki. Mesmo para aqueles que abominam o marxismo, Górki deverá ser lido.
Enfim, estou preso na leitura de Gorki!
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Carlos Carranca
Sonhar é preciso
"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Sonhar é preciso 09-05-2005 22:56
Forum: Conversas de Café
Como é que é, mermão? Pagas umas quantas ou tenho de ficar a dever? Bem sabes, mermão, que estar a qui a falar contigo, levar-te até ao outro lado da linha recta que é curva, tem os seus gastos, mesmo que te leve apenas no sonho e te faça criar um bichinho assim como que solitária que te vai levando a pensar, pensar e um dias quando quem não está à espera tu estás lá a fazer o equilíbrio bem em cima da linha recta que é curva a cheirar o início do zulmarinho que aqui apenas trás o perfume que começa lá. Sabes, avilo, que parece que nasci para fazer sonhar. Eram elas que sonhavam por mim. Péra, não descompenses. Eu queria dizer outra coisa. Eu passo o tempo a sonhar com elas. As loiras lindas e geladerrimas.
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Carlos Carranca
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Sonhar é preciso 09-05-2005 22:56
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Como é que é, mermão? Pagas umas quantas ou tenho de ficar a dever? Bem sabes, mermão, que estar a qui a falar contigo, levar-te até ao outro lado da linha recta que é curva, tem os seus gastos, mesmo que te leve apenas no sonho e te faça criar um bichinho assim como que solitária que te vai levando a pensar, pensar e um dias quando quem não está à espera tu estás lá a fazer o equilíbrio bem em cima da linha recta que é curva a cheirar o início do zulmarinho que aqui apenas trás o perfume que começa lá. Sabes, avilo, que parece que nasci para fazer sonhar. Eram elas que sonhavam por mim. Péra, não descompenses. Eu queria dizer outra coisa. Eu passo o tempo a sonhar com elas. As loiras lindas e geladerrimas.
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Prisões 46 - Demografia - parte que perdi a conta
"Fio": Prisões
carranca
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Demografia 09-05-2005 15:56
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Assim foi como terminei a última vez que por aqui falei de demografia:
citação:
Nos países avançados alcançou-se um estado de estabilidade com a população. Nalguns países subdesenvolvidos não existe nenhum controlo de natalidade por razões políticas, ideológicas ou culturais pelo que a população vai crescendo de forma explosiva, duplicando em menos de 20 anos; nalguns países árabes inclusive se está a fomentar o crescimento da população. Na maioria dos países subdesenvolvidos, as campanhas a favor do controlo da natalidade estão a conseguir reduzir as taxas de fecundidade; apesar disso, como as gerações jovens que alcançam a idade fértil são muito mais numerosas que as que precederam, as taxas de crescimento da população continuarão muito altas durante mais umas dúzias de anos.
Existe um final? Haverá um limite ao crescimento, uma barreira impossível de ultrapassar? Alguns estudos científicos que consultei afirmam que estamos a correr em direcção a um precipício e que devemos interromper de imediato o esforço de crescimento.
Em 1970, o Clube de Roma, uma associação privada composta por empresários, cientistas e políticos, encarregou um grupo de investigadores do Massachusetts Institute of Technology da realização de um estudo sobre as tendências e os problemas económicos que ameaçam a sociedade global. Os resultados foram publicados em Março de 1972 com o título "Os Limites do Crescimento".
será que vale a pena voltar a falar ou será que...
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Carlos Carranca
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Demografia 09-05-2005 15:56
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Assim foi como terminei a última vez que por aqui falei de demografia:
citação:
Finalmente, as sociedades maduras caracterizam-se por taxas demográficas muitoA situação actual é a seguinte:
baixas e população estável. como hoje estou com vontade de voltar ao tema, eis
aqui mais um pouco.
Nos países avançados alcançou-se um estado de estabilidade com a população. Nalguns países subdesenvolvidos não existe nenhum controlo de natalidade por razões políticas, ideológicas ou culturais pelo que a população vai crescendo de forma explosiva, duplicando em menos de 20 anos; nalguns países árabes inclusive se está a fomentar o crescimento da população. Na maioria dos países subdesenvolvidos, as campanhas a favor do controlo da natalidade estão a conseguir reduzir as taxas de fecundidade; apesar disso, como as gerações jovens que alcançam a idade fértil são muito mais numerosas que as que precederam, as taxas de crescimento da população continuarão muito altas durante mais umas dúzias de anos.
Existe um final? Haverá um limite ao crescimento, uma barreira impossível de ultrapassar? Alguns estudos científicos que consultei afirmam que estamos a correr em direcção a um precipício e que devemos interromper de imediato o esforço de crescimento.
Em 1970, o Clube de Roma, uma associação privada composta por empresários, cientistas e políticos, encarregou um grupo de investigadores do Massachusetts Institute of Technology da realização de um estudo sobre as tendências e os problemas económicos que ameaçam a sociedade global. Os resultados foram publicados em Março de 1972 com o título "Os Limites do Crescimento".
será que vale a pena voltar a falar ou será que...
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Vamos virar umas quantas
"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Vamos virar umas quantas 08-05-2005 10:37
Forum: Conversas de Café
Senta aí, mermão. Vamos beber umas birras geladerrimas, não só porque nos dá prazer mas também vamos beber por quem não gosta porque não quer gostar de as devorar, mas que pelos vistos tem o hábito de vir espreitar nos nossos copos depois da gente ir embora para outras farras. Sabes, avilo, que as loiras geladinhas quando entram na goela, nos acariciam o esófago e se alojam no estômago, têm dois caminhos a seguir. Uma parte delas é absorvida, entra pelas mucosas, vai a correr no sangue, passa no fígado, cérebro, coração, dedo grande do pé e sei lá mais por onde desde que se tenha. Outra parte, mermão vai seguindo caminho, passando pelo intestino delgado, pelo grosso e depois sai pelo ânus, quer na forma de gas quer na forma de material mais ou menos sólido. Esses, avilo, que vêm aqui só para espreitar na forma de fantasma, de certeza que só ficam com esta última porção. Sei lá, mermão, é só a impressão que eu tenho.Mas vamos é saborear o zulmarinho que hoje está a convidar para lá ficarmos assim como que em salmora.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
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Vamos virar umas quantas 08-05-2005 10:37
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Senta aí, mermão. Vamos beber umas birras geladerrimas, não só porque nos dá prazer mas também vamos beber por quem não gosta porque não quer gostar de as devorar, mas que pelos vistos tem o hábito de vir espreitar nos nossos copos depois da gente ir embora para outras farras. Sabes, avilo, que as loiras geladinhas quando entram na goela, nos acariciam o esófago e se alojam no estômago, têm dois caminhos a seguir. Uma parte delas é absorvida, entra pelas mucosas, vai a correr no sangue, passa no fígado, cérebro, coração, dedo grande do pé e sei lá mais por onde desde que se tenha. Outra parte, mermão vai seguindo caminho, passando pelo intestino delgado, pelo grosso e depois sai pelo ânus, quer na forma de gas quer na forma de material mais ou menos sólido. Esses, avilo, que vêm aqui só para espreitar na forma de fantasma, de certeza que só ficam com esta última porção. Sei lá, mermão, é só a impressão que eu tenho.Mas vamos é saborear o zulmarinho que hoje está a convidar para lá ficarmos assim como que em salmora.
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Carlos Carranca
8 de maio de 2005
Prsiões 45 - Dislexia não é uma prisão é um estado orgânico
"Fio": Prisões
carranca
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Dislexia - não uma prisão mas um estado orgânico Hoje, 10:17
Forum: Conversas de Café
Falar de intelectuais, doutores, licenciados e diabo a quatro mais não é que uma limitação cognitiva. Para mim não é uma prisão. É para o lado que durmo melhor, pelo que não vou por aí, deixando esse campo para filósofos, linguistas e puristas. Hoje apetece-me caminhar pela Purificação. Não, não vou falar da Maria da Purificação nem do café que ela faz. E não o vou fazer porque não a conheço e como tal nunca lhe bebi o café. O que me apetece mesmo é escrever para me purificar com o facto de poder ajudar alguém na libertação da sua dislexia, disgrafia e disortografia.
Sabemos todos que Dislexia é a incapacidade parcial do individuo ler e ao mesmo tempo compreender o que lê, apesar da inteligência normal, audição ou visão normais e de ser oriundo de família adequada, isto é, que não passaram qualquer privação de ordem doméstica ou cultural. Assim sendo encontro disléxicos em famílias ricas e pobres. No âmbito das instituições do Ensino Básico vemos relatos de professores a registarem situações em que crianças, aparentemente brilhantes e muito inteligentes, não podem ler nem escrever. Nos exames as comissões executivas descrevem casos "bizarros" (às vezes, motivo de anedotário) em que candidatos apresentam baixo nível de compreensão leitora, misturando o que não é misturável, unicamente porque não têm capacidade de auto-crítica. Enquanto que as famílias ricas podem levar o filho a um psicólogo, neurologista ou psicopedagogo, uma criança, de família pobre, estudando numa escola pública, tende a que essa dificuldade persista com os transtornos de linguagem na fase adulta.
E aqui começamos a ter outro problema. A capacidade interpretativa não se compra num supermercado, qual lata ou frasco de conserva, qual sabão que os lave de toda a sujidade mental. Por trás do fracasso de ser popular, ter empatia e ver ser reconhecido algum, por mínimo que seja, mérito dentro da comunidade que o acolhe, sempre há fortes indícios de dificuldades de aprendizagem relacionadas à linguagem. Nos casos de abandono social, em geral, também, verificamos indivíduos que deixam a sociedade, refugiando-se em guetos mais ou menos escondidos, terem atitudes mais ou menos marginais, única e simplesmente por enfrentarem dificuldades de leitura.
A "dispedagogia", isto é, o desconhecimento por parte de indivíduos que se devem comportar como gestores educacionais, do que é a dislexia e suas mazelas na vida das crianças e dos adultos, só piora a aprendizagem da leitura de seus leitores, clandestinamente ávidos de os ler, fazendo-os incorrer em erros, que um ser normal chamaria de grosseiros, ao interpretar alhos como sendo bugalhos.
Afinal não falei de prisão mas de limitação.
Voltarei a este ou outro tema assim tal me apeteça.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
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Dislexia - não uma prisão mas um estado orgânico Hoje, 10:17
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Falar de intelectuais, doutores, licenciados e diabo a quatro mais não é que uma limitação cognitiva. Para mim não é uma prisão. É para o lado que durmo melhor, pelo que não vou por aí, deixando esse campo para filósofos, linguistas e puristas. Hoje apetece-me caminhar pela Purificação. Não, não vou falar da Maria da Purificação nem do café que ela faz. E não o vou fazer porque não a conheço e como tal nunca lhe bebi o café. O que me apetece mesmo é escrever para me purificar com o facto de poder ajudar alguém na libertação da sua dislexia, disgrafia e disortografia.
Sabemos todos que Dislexia é a incapacidade parcial do individuo ler e ao mesmo tempo compreender o que lê, apesar da inteligência normal, audição ou visão normais e de ser oriundo de família adequada, isto é, que não passaram qualquer privação de ordem doméstica ou cultural. Assim sendo encontro disléxicos em famílias ricas e pobres. No âmbito das instituições do Ensino Básico vemos relatos de professores a registarem situações em que crianças, aparentemente brilhantes e muito inteligentes, não podem ler nem escrever. Nos exames as comissões executivas descrevem casos "bizarros" (às vezes, motivo de anedotário) em que candidatos apresentam baixo nível de compreensão leitora, misturando o que não é misturável, unicamente porque não têm capacidade de auto-crítica. Enquanto que as famílias ricas podem levar o filho a um psicólogo, neurologista ou psicopedagogo, uma criança, de família pobre, estudando numa escola pública, tende a que essa dificuldade persista com os transtornos de linguagem na fase adulta.
E aqui começamos a ter outro problema. A capacidade interpretativa não se compra num supermercado, qual lata ou frasco de conserva, qual sabão que os lave de toda a sujidade mental. Por trás do fracasso de ser popular, ter empatia e ver ser reconhecido algum, por mínimo que seja, mérito dentro da comunidade que o acolhe, sempre há fortes indícios de dificuldades de aprendizagem relacionadas à linguagem. Nos casos de abandono social, em geral, também, verificamos indivíduos que deixam a sociedade, refugiando-se em guetos mais ou menos escondidos, terem atitudes mais ou menos marginais, única e simplesmente por enfrentarem dificuldades de leitura.
A "dispedagogia", isto é, o desconhecimento por parte de indivíduos que se devem comportar como gestores educacionais, do que é a dislexia e suas mazelas na vida das crianças e dos adultos, só piora a aprendizagem da leitura de seus leitores, clandestinamente ávidos de os ler, fazendo-os incorrer em erros, que um ser normal chamaria de grosseiros, ao interpretar alhos como sendo bugalhos.
Afinal não falei de prisão mas de limitação.
Voltarei a este ou outro tema assim tal me apeteça.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Vamos virar umas quantas, para outros também
"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Vamos virar umas quantas Hoje, 10:37
Forum: Conversas de Café
Senta aí, mermão. Vamos beber umas birras geladerrimas, não só porque nos dá prazer mas também vamos beber por quem não gosta porque não quer gostar de as devorar, mas que pelos vistos tem o hábito de vir espreitar nos nossos copos depois da gente ir embora para outras farras. Sabes, avilo, que as loiras geladinhas quando entram na goela, nos acariciam o esófago e se alojam no estômago, têm dois caminhos a seguir. Uma parte delas é absorvida, entra pelas mucosas, vai a correr no sangue, passa no fígado, cérebro, coração, dedo grande do pé e sei lá mais por onde desde que se tenha. Outra parte, mermão vai seguindo caminho, passando pelo intestino delgado, pelo grosso e depois sai pelo ânus, quer na forma de gas quer na forma de material mais ou menos sólido. Esses, avilo, que vêm aqui só para espreitar na forma de fantasma, de certeza que só ficam com esta última porção. Sei lá, mermão, é só a impressão que eu tenho.Mas vamos é saborear o zulmarinho que hoje está a convidar para lá ficarmos assim como que em salmora.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
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Vamos virar umas quantas Hoje, 10:37
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Senta aí, mermão. Vamos beber umas birras geladerrimas, não só porque nos dá prazer mas também vamos beber por quem não gosta porque não quer gostar de as devorar, mas que pelos vistos tem o hábito de vir espreitar nos nossos copos depois da gente ir embora para outras farras. Sabes, avilo, que as loiras geladinhas quando entram na goela, nos acariciam o esófago e se alojam no estômago, têm dois caminhos a seguir. Uma parte delas é absorvida, entra pelas mucosas, vai a correr no sangue, passa no fígado, cérebro, coração, dedo grande do pé e sei lá mais por onde desde que se tenha. Outra parte, mermão vai seguindo caminho, passando pelo intestino delgado, pelo grosso e depois sai pelo ânus, quer na forma de gas quer na forma de material mais ou menos sólido. Esses, avilo, que vêm aqui só para espreitar na forma de fantasma, de certeza que só ficam com esta última porção. Sei lá, mermão, é só a impressão que eu tenho.Mas vamos é saborear o zulmarinho que hoje está a convidar para lá ficarmos assim como que em salmora.
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Carlos Carranca
Prisões 44 - è melhor um monólogo que um diálogo de surdos
"Fio": Prisões
carranca
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vá lá, sempre é melhor um monólogo... eheheh!) 07-05-2005 13:06
Forum: Conversas de Café
Este texto é dirigido a alguém que me faz perguntas e ao mesmo tempo com afirmações tem tido comportamentos homofóbicos, medicofóbicos, faz a defesa do fascismos e nazismo, e em tempos recusou a que eu utilizasse o seu nome para fazer uma queixa de um médico que ele afirmava que se masturbava frente às doentes.
Poder-vos-há parecer um pouco frio porque está descontextualizado, mas mesmo assim ouso colocá-lo aqui
citação:
Curiosamente, e para que não fique com a impressão que o quero esquecer, tenho mantido tempo demais, seguido, consigo. Não é meu hábito.
Depois de ter aprendido muitas coisas sobre as Pirâmides com o Fifer, de me ter deliciado com o poema de Khalil Gibran transcrito por Pwo, aqui estou para lhe dizer alguma coisa, sem grande esforço ou preparação de trabalhos de casa, porque os temas que aborda não constam das minhas prisões. São as suas prisões e delas deve ser você a libertar-se, não eu.
Mas educação, senso e consenso a tal me levam a fazer.
1º - Sem comentários
2º - Fazendo um search às suas mensagens é o que lá consta. Intelectualmente muito diversificado o Poix é ou foi. Os seus textos demasiado enfadonhos, de leitura difícil não fazem parte dos meus hábitos de leitura, há que se ser também selectivo, excepto quando, pontualmente, sou por alguém alertado. Assim sendo, muito do que escreve passa-me ao lado. Não contribuem para o meu enriquecimento cultural. Logo há muita coisa que não sei.
3º - Sem mais comentários da minha parte, pois a urticária, a náusea e o vómito são sintomas que não gosto de ter.
4º e 5º - Agradecia que reunisse a toda a documentação que sustentam as suas afirmações, todas, para que ambos possamos ir à Secção Regional da Ordem dos Médicos fazer a participação. Estou farto de postas de pescada atiradas ao ar qual foguetes em romaria de Verão. É hora de assumir aquilo que se escreve, principalmente na WEB.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
carranca
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vá lá, sempre é melhor um monólogo... eheheh!) 07-05-2005 13:06
Forum: Conversas de Café
Este texto é dirigido a alguém que me faz perguntas e ao mesmo tempo com afirmações tem tido comportamentos homofóbicos, medicofóbicos, faz a defesa do fascismos e nazismo, e em tempos recusou a que eu utilizasse o seu nome para fazer uma queixa de um médico que ele afirmava que se masturbava frente às doentes.
Poder-vos-há parecer um pouco frio porque está descontextualizado, mas mesmo assim ouso colocá-lo aqui
citação:
e esquecer o meu texto anterior?Lucira, não há textos para esquecer textos anteriores, principalmente neste fio, onde por diversas vezes, usei a anarquia temática, e espero voltar a ter oportunidade de usar, dando voltas e voltando atrás conforme a disposição do momento.
Curiosamente, e para que não fique com a impressão que o quero esquecer, tenho mantido tempo demais, seguido, consigo. Não é meu hábito.
Depois de ter aprendido muitas coisas sobre as Pirâmides com o Fifer, de me ter deliciado com o poema de Khalil Gibran transcrito por Pwo, aqui estou para lhe dizer alguma coisa, sem grande esforço ou preparação de trabalhos de casa, porque os temas que aborda não constam das minhas prisões. São as suas prisões e delas deve ser você a libertar-se, não eu.
Mas educação, senso e consenso a tal me levam a fazer.
1º - Sem comentários
2º - Fazendo um search às suas mensagens é o que lá consta. Intelectualmente muito diversificado o Poix é ou foi. Os seus textos demasiado enfadonhos, de leitura difícil não fazem parte dos meus hábitos de leitura, há que se ser também selectivo, excepto quando, pontualmente, sou por alguém alertado. Assim sendo, muito do que escreve passa-me ao lado. Não contribuem para o meu enriquecimento cultural. Logo há muita coisa que não sei.
3º - Sem mais comentários da minha parte, pois a urticária, a náusea e o vómito são sintomas que não gosto de ter.
4º e 5º - Agradecia que reunisse a toda a documentação que sustentam as suas afirmações, todas, para que ambos possamos ir à Secção Regional da Ordem dos Médicos fazer a participação. Estou farto de postas de pescada atiradas ao ar qual foguetes em romaria de Verão. É hora de assumir aquilo que se escreve, principalmente na WEB.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
6 de maio de 2005
Prsiões 43 - Início de diálogo comigo
Fio": Prisões
carranca
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Um início de diálogo Hoje, 18:42
Forum: Conversas de Café
Viver em Sociedade é de facto uma prisão. Cabe a cada um, na sua individualidade, ter capacidade de romper com certas grilhetas, certas prisões, que são desnecessárias. Eu cá vou tentando, saindo de uma, entrando noutra e assim sucessivamente até ao ponto final. As minhas opiniões são minhas, construídas com várias bases, mutáveis com a experiência e sem medos.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
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Um início de diálogo Hoje, 18:42
Forum: Conversas de Café
Viver em Sociedade é de facto uma prisão. Cabe a cada um, na sua individualidade, ter capacidade de romper com certas grilhetas, certas prisões, que são desnecessárias. Eu cá vou tentando, saindo de uma, entrando noutra e assim sucessivamente até ao ponto final. As minhas opiniões são minhas, construídas com várias bases, mutáveis com a experiência e sem medos.
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5 de maio de 2005
Conversa apenas
"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Vamos conversar Hoje, 21:06
Forum: Conversas de Café
Senta aí, mermão. Senta e aproveita o calor para emborcar umas quantas geladinhas que me vais pagar. Vamos aproveitar também o silêncio para pôr os nossos momentos, as nossas dialéticas e contradições, certezas e dúvidas, a acertividade e adesividade em ordem. Mermão, o zulmarinho tem mesmo a côr dele, num é rasamarinho, não é verdemarinho. O zulmarinho, mermão, é mesmo da côr que ele quer, está na dependência das ondas, da calma e da raiva, do seu constante vai e vem, da forma como se espraia na praia, do vento que vem do lado que lhe dá mais jeito. Porque nós, mermão, não acordamos todos os dias virados para o mesmo lado. Tem dias mesmo, mermão que nem apetece acordar quanto mais ver a côr dos olhos de quem nos olha nos olhos.Senta, mermão, e manda vir mais umas quantas que na mesma és tu quem vai desver a côr do dinheiro.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
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Vamos conversar Hoje, 21:06
Forum: Conversas de Café
Senta aí, mermão. Senta e aproveita o calor para emborcar umas quantas geladinhas que me vais pagar. Vamos aproveitar também o silêncio para pôr os nossos momentos, as nossas dialéticas e contradições, certezas e dúvidas, a acertividade e adesividade em ordem. Mermão, o zulmarinho tem mesmo a côr dele, num é rasamarinho, não é verdemarinho. O zulmarinho, mermão, é mesmo da côr que ele quer, está na dependência das ondas, da calma e da raiva, do seu constante vai e vem, da forma como se espraia na praia, do vento que vem do lado que lhe dá mais jeito. Porque nós, mermão, não acordamos todos os dias virados para o mesmo lado. Tem dias mesmo, mermão que nem apetece acordar quanto mais ver a côr dos olhos de quem nos olha nos olhos.Senta, mermão, e manda vir mais umas quantas que na mesma és tu quem vai desver a côr do dinheiro.
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Prisões 42 - Livremente discutível
"Fio": Prisões
carranca
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Livre e inteligentemente discutível Hoje, 20:56
Forum: Conversas de Café
Neste fio não está ninguém para apreciar ninguém. Não está aqui ninguém para bajular ninguém. Discutem-se ideias, cada um fica com a conclusão que quiser tirar, toma o lado que achar que é o seu ou que melhor lhe convém. É um fio livre, desde que a discussão intelectualizada e saudável não caminhe para uma montra de iliteracia:
A iliteracia hoje é mais do que não saber ler e escrever? Muito mais, muito mais. Ultrapassámos bastante toda a ideia de analfabetismo. A iliteracia está muito relacionada, não com a quantidade de conhecimentos que nós temos, mas com a qualidade com que recebemos esse conhecimento, com a reflexão e compreensão com que obtemos esse conhecimento. E podemos ter pessoas licenciadas que sejam perfeitamente iletradas mesmo na sua área em que se formaram porque não têm essa abordagem de reflexão. O ensino está muito vocacionado para a repetição.Com a velocidade a que se estão a dar as transformações exteriores em que cada vez mais nos encontramos com modas e não com dogmas o que interessa é ter essa capacidade de aprendizagem contínua.
Posso não gostar dos textos do Lucira, do Francisco Nóbrega, de tantos outros que seria fastidioso estar aqui a enumerar todos, podendo até se calhar esquecer-me de algum o que seria mau, para mim e para ele. Do mesmo modo que aceito que não gostem do que eu escrevo, do que eu penso, do que eu aqui me dou a mostrar.
Digo-o sem problemas de estar a rotular, de dogmas ou sofismas. Como não engajado que sou, livre procurando a liberdade de o ser cada vez mais, também digo que não gosto da filosofia ideológica mostrada nos textos do Lucira, do bolor estafado das estórias «caçativas» do F. Nóbrega - já não haveria animais a caçar e as febres nem com antipiréticos se acalmariam - e de outros tantos pescadores. Em páginas anteriores deste fio estão lá os contributos do Lucira, de um visitante, do Kurcudilo, Anabela Machado e de mais uns outros que também não enumero por fastidioso que seria, pelo que espero possam continuar a explanar as suas ideias, não estando eu, nem ninguém, "obrigados" a gostar, podendo, se houver capacidade para, com superioridade e inteligência, os mesmos ser rebatidos, escalpelizados, desmontados ou aplaudidos.
Achei comovente a solidariedade de vitormoutinho para com o Lucira, num espaço temporal inusitado.
Achei de mau gosto a comparação do marasmo com o zulmarinho, sabendo que este é um estado de espírito participativo e inteligente, que com textos que não sendo obras de arte são estados de alma.
Ao criar este fio pensei nele apenas como um campo de testes para a discussão de LIBERDADES. Os temas eram polémicos e eu estava curioso para saber como ele seria recebido. Exemplificando mais um pouco. Jotabê e Biafra lançaram temas para a discussão e, infelizmente para mim, não voltaram.
Hoje, com a tecnologia que é a Internet, ponho-me a pensar no que deveriam sofrer aqueles autores de outrora que escreviam livros inteiros totalmente no escuro, sem qualquer retorno informativo.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
carranca
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Livre e inteligentemente discutível Hoje, 20:56
Forum: Conversas de Café
Neste fio não está ninguém para apreciar ninguém. Não está aqui ninguém para bajular ninguém. Discutem-se ideias, cada um fica com a conclusão que quiser tirar, toma o lado que achar que é o seu ou que melhor lhe convém. É um fio livre, desde que a discussão intelectualizada e saudável não caminhe para uma montra de iliteracia:
A iliteracia hoje é mais do que não saber ler e escrever? Muito mais, muito mais. Ultrapassámos bastante toda a ideia de analfabetismo. A iliteracia está muito relacionada, não com a quantidade de conhecimentos que nós temos, mas com a qualidade com que recebemos esse conhecimento, com a reflexão e compreensão com que obtemos esse conhecimento. E podemos ter pessoas licenciadas que sejam perfeitamente iletradas mesmo na sua área em que se formaram porque não têm essa abordagem de reflexão. O ensino está muito vocacionado para a repetição.Com a velocidade a que se estão a dar as transformações exteriores em que cada vez mais nos encontramos com modas e não com dogmas o que interessa é ter essa capacidade de aprendizagem contínua.
Posso não gostar dos textos do Lucira, do Francisco Nóbrega, de tantos outros que seria fastidioso estar aqui a enumerar todos, podendo até se calhar esquecer-me de algum o que seria mau, para mim e para ele. Do mesmo modo que aceito que não gostem do que eu escrevo, do que eu penso, do que eu aqui me dou a mostrar.
Digo-o sem problemas de estar a rotular, de dogmas ou sofismas. Como não engajado que sou, livre procurando a liberdade de o ser cada vez mais, também digo que não gosto da filosofia ideológica mostrada nos textos do Lucira, do bolor estafado das estórias «caçativas» do F. Nóbrega - já não haveria animais a caçar e as febres nem com antipiréticos se acalmariam - e de outros tantos pescadores. Em páginas anteriores deste fio estão lá os contributos do Lucira, de um visitante, do Kurcudilo, Anabela Machado e de mais uns outros que também não enumero por fastidioso que seria, pelo que espero possam continuar a explanar as suas ideias, não estando eu, nem ninguém, "obrigados" a gostar, podendo, se houver capacidade para, com superioridade e inteligência, os mesmos ser rebatidos, escalpelizados, desmontados ou aplaudidos.
Achei comovente a solidariedade de vitormoutinho para com o Lucira, num espaço temporal inusitado.
Achei de mau gosto a comparação do marasmo com o zulmarinho, sabendo que este é um estado de espírito participativo e inteligente, que com textos que não sendo obras de arte são estados de alma.
Ao criar este fio pensei nele apenas como um campo de testes para a discussão de LIBERDADES. Os temas eram polémicos e eu estava curioso para saber como ele seria recebido. Exemplificando mais um pouco. Jotabê e Biafra lançaram temas para a discussão e, infelizmente para mim, não voltaram.
Hoje, com a tecnologia que é a Internet, ponho-me a pensar no que deveriam sofrer aqueles autores de outrora que escreviam livros inteiros totalmente no escuro, sem qualquer retorno informativo.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
4 de maio de 2005
Prisões 41 - Desconcensos
"Fio": Prisões
carranca
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Desconcenso Hoje, 18:36
Forum: Conversas de Café
Se é arte não é consenso!
A arte não deve, nem pode, ter compromissos. A arte não pode fazer concessões. O artista só tem de ter compromissos consigo próprio. Não respeita consensos e não faz concessões.
Se o artista acha que o povo está a ser oprimido, ele que lute contra isso na sua forma de cidadão. Funde uma ONG, um partido, vote nos melhores candidatos, escreva artigos nos jornais, tente ser eleito deputado. Mas, por favor, não escreva um romance para denunciar a opressão. Pelo amor de deus, que não faça uma peça musical de homenagem às vítimas. Por tudo o que lhe é mais sagrado, não faça uma pintura abstracta onde uma cor qualquer representa a ditadura que esmaga o povo, duas linhas paralelas representem homens e mulheres caminhando juntos, mas sem nunca se encontrarem, rumo ao infinito, e a mancha castanha representa o café que salpicou para a tela.
Não há regras para o papel do artista. O compromisso dele é com ele. Desde que não se deixe aprisionar, ele pode fazer tudo.
Não pode haver artista engajado. O artista engajado não faria nunca a caricatura do que critica, para não prejudicar o seu movimento. O artista engajado torna-se menos artista a cada concessão que faz a elementos extra-artísticos.
Já o artista de verdade só se importa com a própria arte e com mais nada.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
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Desconcenso Hoje, 18:36
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Se é arte não é consenso!
A arte não deve, nem pode, ter compromissos. A arte não pode fazer concessões. O artista só tem de ter compromissos consigo próprio. Não respeita consensos e não faz concessões.
Se o artista acha que o povo está a ser oprimido, ele que lute contra isso na sua forma de cidadão. Funde uma ONG, um partido, vote nos melhores candidatos, escreva artigos nos jornais, tente ser eleito deputado. Mas, por favor, não escreva um romance para denunciar a opressão. Pelo amor de deus, que não faça uma peça musical de homenagem às vítimas. Por tudo o que lhe é mais sagrado, não faça uma pintura abstracta onde uma cor qualquer representa a ditadura que esmaga o povo, duas linhas paralelas representem homens e mulheres caminhando juntos, mas sem nunca se encontrarem, rumo ao infinito, e a mancha castanha representa o café que salpicou para a tela.
Não há regras para o papel do artista. O compromisso dele é com ele. Desde que não se deixe aprisionar, ele pode fazer tudo.
Não pode haver artista engajado. O artista engajado não faria nunca a caricatura do que critica, para não prejudicar o seu movimento. O artista engajado torna-se menos artista a cada concessão que faz a elementos extra-artísticos.
Já o artista de verdade só se importa com a própria arte e com mais nada.
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Carlos Carranca
Mar Chão
"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Mar chão 03-05-2005 22:00
Forum: Conversas de Café
Sento-me e bebo a minha birra geladinha. Loira e efervescente como a querer dizer-me para a devorar num trago. Me contenho a olhar para o reservatório estilizado onde lhe encerro e privo da liberdade de se estender pela mesa descaprichadamente. Saboreio-a com o olhar, imagino-lhe o gosto e frescura, delicio-me com o prazer que sentirei quando lhe verter pela goela, lubrificando-me.O som que vem do zulmarinho é de um quase silêncio, a luz da lua dá-lhe um tom escuro que não sei se azul se negro. Aumenta-me o prazer de a devorar. Contenho-me para que a ansiedade suba, para que a adrenalina atinja o apogeu. Seguro-a com as mãos, delicadamente para não lhe aquecer o espírito. Toco-lhe com os lábios, sinto-a. Uma onda maior do zulmarinho interrompeu o quase silêncio. A minha boca estalou de prazer sentido e vivido pelo que insisto. Vagarosamente devoro-a, de corpo e alma. Sinto-lhe toda minha, percorrer-me o corpo e levar-me ao sonho Mágico de ver para lá da linha recta que é curva.Assim passei o meu tempo hoje na esplanada, na escuridão silenciosa da noite.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
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Mar chão 03-05-2005 22:00
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Sento-me e bebo a minha birra geladinha. Loira e efervescente como a querer dizer-me para a devorar num trago. Me contenho a olhar para o reservatório estilizado onde lhe encerro e privo da liberdade de se estender pela mesa descaprichadamente. Saboreio-a com o olhar, imagino-lhe o gosto e frescura, delicio-me com o prazer que sentirei quando lhe verter pela goela, lubrificando-me.O som que vem do zulmarinho é de um quase silêncio, a luz da lua dá-lhe um tom escuro que não sei se azul se negro. Aumenta-me o prazer de a devorar. Contenho-me para que a ansiedade suba, para que a adrenalina atinja o apogeu. Seguro-a com as mãos, delicadamente para não lhe aquecer o espírito. Toco-lhe com os lábios, sinto-a. Uma onda maior do zulmarinho interrompeu o quase silêncio. A minha boca estalou de prazer sentido e vivido pelo que insisto. Vagarosamente devoro-a, de corpo e alma. Sinto-lhe toda minha, percorrer-me o corpo e levar-me ao sonho Mágico de ver para lá da linha recta que é curva.Assim passei o meu tempo hoje na esplanada, na escuridão silenciosa da noite.
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Carlos Carranca
Prisões 40 - É Educação
"Fio": Prisões
carranca
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Tudo uma questão: Educação 02-05-2005 21:34
Forum: Conversas de Café
Não caiam telhas, nem o céu. Divago porque assim me apetece. É que hoje me apetece pouco por isso pensei pouco, só somei.
O problema está na educação.
Ninguém diz a uma criança do sexo masculino que as mulheres são perfeitas, nem mesmo que deveriam ser perfeitas e, muito menos, que ele devia esperar pela mulher perfeita.
Pelo contrário, a educação de uma criança masculina enfatiza, quando muito, quantidade, nunca qualidade. Para quê esperar pela mulher perfeita, se podes passar a rodo nas imperfeitas, que são muito mais divertidas?
Enquanto isso, as mulheres sofrem uma perversa lavagem cerebral: o paradigma do príncipe encantado é-lhes enfiado goela abaixo. Não interessa se é culta ou ignorante, pobre ou rica, todas as mulheres, num momento, terão que chegar a um acordo com o príncipe encantado: ou o rejeitam ou sucumbem. De qualquer modo, ele está sempre ali.
Antigamente, as mulheres guardavam-se primeiro para o príncipe e, depois, ou viravam solteironas, ou acabavam por se casar com meros plebeus.
Hoje, as mulheres divertem-se enquanto o príncipe não aparece, mas ainda assim planeiam, em determinado momento, montar residência fixa com o príncipe.
O princípio é radicalmente o mesmo: há sempre um ponto bem definido no futuro em que haverá essa tão esperada ruptura entre o presente imperfeito e uma espécie de êxtase que se seguirá ao encontro com o homem perfeito.
Os homens casam-se com as mulheres pelo que elas são ou, pelo menos, pelo que acham que elas são. Por isso, a sua principal reclamação é que elas mudam: quando casei contigo, tu não eras assim, não fazias isso, etc, estás a ficar com as mesmas ancas da tua mãe também!
Já as mulheres casam-se com os homens apesar de seus defeitos. É quase como que tivessem desistido de encontrar o príncipe encantado, mas não de fabricá-lo. Já que o príncipe não apareceu, eu mesma faço o meu, pronto!
voltarei assim me apeteça
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
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Tudo uma questão: Educação 02-05-2005 21:34
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Não caiam telhas, nem o céu. Divago porque assim me apetece. É que hoje me apetece pouco por isso pensei pouco, só somei.
O problema está na educação.
Ninguém diz a uma criança do sexo masculino que as mulheres são perfeitas, nem mesmo que deveriam ser perfeitas e, muito menos, que ele devia esperar pela mulher perfeita.
Pelo contrário, a educação de uma criança masculina enfatiza, quando muito, quantidade, nunca qualidade. Para quê esperar pela mulher perfeita, se podes passar a rodo nas imperfeitas, que são muito mais divertidas?
Enquanto isso, as mulheres sofrem uma perversa lavagem cerebral: o paradigma do príncipe encantado é-lhes enfiado goela abaixo. Não interessa se é culta ou ignorante, pobre ou rica, todas as mulheres, num momento, terão que chegar a um acordo com o príncipe encantado: ou o rejeitam ou sucumbem. De qualquer modo, ele está sempre ali.
Antigamente, as mulheres guardavam-se primeiro para o príncipe e, depois, ou viravam solteironas, ou acabavam por se casar com meros plebeus.
Hoje, as mulheres divertem-se enquanto o príncipe não aparece, mas ainda assim planeiam, em determinado momento, montar residência fixa com o príncipe.
O princípio é radicalmente o mesmo: há sempre um ponto bem definido no futuro em que haverá essa tão esperada ruptura entre o presente imperfeito e uma espécie de êxtase que se seguirá ao encontro com o homem perfeito.
Os homens casam-se com as mulheres pelo que elas são ou, pelo menos, pelo que acham que elas são. Por isso, a sua principal reclamação é que elas mudam: quando casei contigo, tu não eras assim, não fazias isso, etc, estás a ficar com as mesmas ancas da tua mãe também!
Já as mulheres casam-se com os homens apesar de seus defeitos. É quase como que tivessem desistido de encontrar o príncipe encantado, mas não de fabricá-lo. Já que o príncipe não apareceu, eu mesma faço o meu, pronto!
voltarei assim me apeteça
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Carlos Carranca
Regresso
"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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02-05-2005 15:46
Forum: Conversas de Café
Mermão, dialogo-me contigo com os pés na água do final do zulmarinho, depois de uns dias longe dele.Depois de ir á procura de alguma luz, da pomba interior que faz o favor de me fazer um ser feliz, de ir ver com olhos de ver que sem este desejo de sentir o início do zulmarinho eu não vivo mas se calhar ando por aqui. Neste vagabundear por terras várias, da Tugália, da Galiza e de Castilha, fui encontrando GENTE. Te digo, mermão, que foi bom mesmo ter conseguido encontrar essa GENTE. Te podia estar aqui a dizer os nomes, mas são mesmo importantes para mim e por isso eles ficam aqui dentro do meu coração, pois eles sabem quem são e a ti não faz diferença saber os nomes. Te importa, eu sei, mermão, é que eu esteja bem de verdade total. Mas mais te digo que aqueles que me trouxeram o calor humano do início deste zulmarinho que agora me beija os pés, me encheram a alma e o coração com a amizade que fizeram o favor de me dar. E todos os outros, aqueles que têm os livros e o saber feito de muita experiência e dialogação, aqueles que me fazem sorrir, que me dão a alegria quando me olham, que me transmitem o calor em cada abraço. Mermão, foi GENTE mesmo que fez o favor de estar comigo e me fazer FELIZ.Neste banho de felicidade, mermão, te saúdo com uma birra geladerrima.E agora, mermão, esperando a realização do sonho, volto paulatinamente a me sentar aqui, conversar contigo, com as bejecas, com as garinas, com os cambas todos que gostam de vir sentir o cheiro da marzia, da terra húmida, o cacimbo tropical das nossas mágicas deabulações por esse mundo que não termina na linha recta que é curva.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
carranca
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02-05-2005 15:46
Forum: Conversas de Café
Mermão, dialogo-me contigo com os pés na água do final do zulmarinho, depois de uns dias longe dele.Depois de ir á procura de alguma luz, da pomba interior que faz o favor de me fazer um ser feliz, de ir ver com olhos de ver que sem este desejo de sentir o início do zulmarinho eu não vivo mas se calhar ando por aqui. Neste vagabundear por terras várias, da Tugália, da Galiza e de Castilha, fui encontrando GENTE. Te digo, mermão, que foi bom mesmo ter conseguido encontrar essa GENTE. Te podia estar aqui a dizer os nomes, mas são mesmo importantes para mim e por isso eles ficam aqui dentro do meu coração, pois eles sabem quem são e a ti não faz diferença saber os nomes. Te importa, eu sei, mermão, é que eu esteja bem de verdade total. Mas mais te digo que aqueles que me trouxeram o calor humano do início deste zulmarinho que agora me beija os pés, me encheram a alma e o coração com a amizade que fizeram o favor de me dar. E todos os outros, aqueles que têm os livros e o saber feito de muita experiência e dialogação, aqueles que me fazem sorrir, que me dão a alegria quando me olham, que me transmitem o calor em cada abraço. Mermão, foi GENTE mesmo que fez o favor de estar comigo e me fazer FELIZ.Neste banho de felicidade, mermão, te saúdo com uma birra geladerrima.E agora, mermão, esperando a realização do sonho, volto paulatinamente a me sentar aqui, conversar contigo, com as bejecas, com as garinas, com os cambas todos que gostam de vir sentir o cheiro da marzia, da terra húmida, o cacimbo tropical das nossas mágicas deabulações por esse mundo que não termina na linha recta que é curva.
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Carlos Carranca
2 de maio de 2005
Dois dias, mermão
"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Dois dias, mermão 29-04-2005 18:10
Forum: Conversas de Café
Pois é, mermão, frente a um poster do Che, daqueles que tem muitos anos, mais os do imaginário, fico a contar os dias que não vejo nem sinto o zulmarinho, o final dele, que o início só mesmo na imaginação do sonho de que em breve lhe vou pisar e dar pulos na areia como criança. Me vale mesmo é a garrafinha em que lhe encarceram e me deram nas mãos, parecendo o amealhar das lágrimas que sairam dos meus olhos quando lhe sonho. Dois dias, mermão, que não largando as loiras geladas, com os seus milhentos nomes, que não sou monomarcado, andei á minha procura para poder te dizer que te quero abraçar com a força que só os amigs têm.Mermão, não te uso nem abuso do teu nome porque te tenho consideração e amizade grande que bem sabes.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
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Dois dias, mermão 29-04-2005 18:10
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Pois é, mermão, frente a um poster do Che, daqueles que tem muitos anos, mais os do imaginário, fico a contar os dias que não vejo nem sinto o zulmarinho, o final dele, que o início só mesmo na imaginação do sonho de que em breve lhe vou pisar e dar pulos na areia como criança. Me vale mesmo é a garrafinha em que lhe encarceram e me deram nas mãos, parecendo o amealhar das lágrimas que sairam dos meus olhos quando lhe sonho. Dois dias, mermão, que não largando as loiras geladas, com os seus milhentos nomes, que não sou monomarcado, andei á minha procura para poder te dizer que te quero abraçar com a força que só os amigs têm.Mermão, não te uso nem abuso do teu nome porque te tenho consideração e amizade grande que bem sabes.
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Carlos Carranca
Prisões 39 - Conformista ou...
"Fio": Prisões
carranca
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Conformista ou ... 29-04-2005 18:03
Forum: Conversas de Café
Na deabulação dos caminhos do imaginário, da reflexão e da procura do ser que sou ou deixo de ser, filosoficamente páro num semaforo só para pensar.
A diferença entre Conformismo e Pragmatismo é enorme e grotesca, mas existem pontos de contacto e intersecção.
Pragmatismo é o que eu tenho que fazer para conseguir o que eu quero. O pragmatismo é sempre activo, mesmo que, activa e pragmaticamente, decida que a melhor coisa a fazer num determinado momento é ajoelhar-me e lamber as botas do inimigo. De forma pensada e consciente.
Conformismo é uma atitude perante a vida, é um temperamento, é uma doença cultural. Conformismo é fazer as coisas sem saber porquê, é obedecer as ordens sem se perguntar de onde elas vieram. É o não-questionar.
Muitas pessoas que se acham revolucionárias e rebeldes são, na verdade, tremendamente conformistas. Conheço muitos vanguardistas de botequim. Na verdade, dizer-se com quem se anda não quer dizer nada. Se se anda com vanguardistas, com revolucionários, com radicais mas nunca questiona o que dizem, se somente repete o que falam, se engole todos os dogmas acriticamente, então, meu amigo, sou um conformista.
Já não sei o que sou ou será que sei e não quero dizer?
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
carranca
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Conformista ou ... 29-04-2005 18:03
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Na deabulação dos caminhos do imaginário, da reflexão e da procura do ser que sou ou deixo de ser, filosoficamente páro num semaforo só para pensar.
A diferença entre Conformismo e Pragmatismo é enorme e grotesca, mas existem pontos de contacto e intersecção.
Pragmatismo é o que eu tenho que fazer para conseguir o que eu quero. O pragmatismo é sempre activo, mesmo que, activa e pragmaticamente, decida que a melhor coisa a fazer num determinado momento é ajoelhar-me e lamber as botas do inimigo. De forma pensada e consciente.
Conformismo é uma atitude perante a vida, é um temperamento, é uma doença cultural. Conformismo é fazer as coisas sem saber porquê, é obedecer as ordens sem se perguntar de onde elas vieram. É o não-questionar.
Muitas pessoas que se acham revolucionárias e rebeldes são, na verdade, tremendamente conformistas. Conheço muitos vanguardistas de botequim. Na verdade, dizer-se com quem se anda não quer dizer nada. Se se anda com vanguardistas, com revolucionários, com radicais mas nunca questiona o que dizem, se somente repete o que falam, se engole todos os dogmas acriticamente, então, meu amigo, sou um conformista.
Já não sei o que sou ou será que sei e não quero dizer?
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Carlos Carranca
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