Me sento na sorte de um acaso.
Recordo-me de construir castelos na areia das mil cores. É, quando ia passear na areia, esperar as mukandas que me chegavam desde lá do outro lado do início do zulmarinho, construía castelos de areia e depois fazia bolas de areia como que a me preparar para a brande batalha, que só ia existir na minha imaginação.
À volta do castelo construía sempre um muro com um túnel de acesso bem escondido, pois assim ficava mais protegido, pensava eu.
Ainda hoje brinco de castelos de areia, mesmo que não possa tocar na areia que fica de baixo do sol. Brinco quando encontro pessoas da minha memória, brinco quando estou na solidão da minha caminhada. Mesmo que não se consiga ver o castelo de areia construído numa praia qualquer, ele existe, mesmo que seja só na minha cabeça. Às vezes parece ruína destruída por uma onda mais atrevida e desmancha prazeres. Mas ele existe e acho vai existir sempre.
Mas acho que ele tem um muro mais forte a lhe rodear a toda a volta. Acho mesmo é a continuação do muro que comecei a lhe construir ainda eu tinha esperança de lhe encontrar o biquini azul a lhe mirar do alto do seu ar de autoridade.
Tantas vezes esse muro foi derrubado que cada vez eu lhe construí mais forte.
Me olhando por aqui, eu vejo que construí esse muro, sem dar conta, tão forte que ninguém mais lhe consegue atravessar. Com esse muro mesmo, eu me sinto mais protegido mas ao mesmo tempo eu me sinto assim mais como que sozinho. Vais ver, me esqueci de deixar uma porta onde possa entrar a companhia. Não lhe vou destruir assim num repente mas acho lhe vou fazer uma porta, mesmo que seja estreitinha.
Sanzalando