recomeça o futuro sem esquecer o passado

Podcasts no Spotify

21 de setembro de 2007

amor em pausa

Me sento por aqui como quem faz cara de pensador a pensar.
Me lembrei então que um dia eu queria escrever uma estória que podia ser um conto ou um romance. Escrevia, apagava e voltava a escrever. Uma eternidade de vezes, conto agora as vezes que o repeti. Pouco a pouco fui criando personagens, inventei situações. Parecia tudo tinha pernas para andar à velocidade da luz reduzida na capacidade dos meus dedos martelarem o teclado do computador.
Mas um dia, há sempre um dia para tudo, escrevia eu sem parar quando assim num repente tudo se esbranquiçou e parece que eu estava a pensar não com o cérebro mas com uma borracha. As ideias se tinham esfumado. Estava limpo. Liso como uma folha de alumínio cromado. Nem uma só passagem me vinha à mente. O romance, a estória de amor, o conto ou a novela, estava ali à minha frente em pausa sem que houvesse uma tecla para a fazer crescer como tantas vezes eu a tinha idealizado, mentalmente construído.
Pensei que era coisa de passagem. Parei e fui apanhar ar. Foi um ar que se deu.
Agora, cada vez que eu tento pensar longo, em grande, volta a acontecer o meu. Borrachei o meu cérebro, só pode. Vou fazer mais como então?
Entristeci como deves imaginar. A incapacidade de pensar longo deixou-me de mãos atadas.
É assim como que deixar um amor em pausa.


Sanzalando

4 comentários:

  1. Vais ver que a tecla do delete, colou.
    Naaaa te preocupes. O que cola, descola!
    SJB

    ResponderEliminar
  2. Pensar longo, longe e largo é pensar humanamente !

    Amnésia , doutor ?
    Sinceramente , não me parece .

    Turbilhão de ideias engarrafadas no trânsito excessivo do teu pensamento?

    Revolta ?

    Desilusão?

    Quem sabe , senão tu !

    PS: quero, um dia , ler esse livro mil vezes imaginado !

    ResponderEliminar
  3. Sabe de uma coisa?

    E se colocasses mais "vivências" na ficção?
    Acho que, em um dado momento, as coisas se dissiparam, porque não tinha ali coisas vividas ou sentidas verdadeiramente por ti. Faltava a alma.
    E a infância vivida na terra amada?
    Deve dar uma linda história.
    Aposto que sim.

    s
    o
    j
    i
    e
    b

    ResponderEliminar
  4. No domingo passado fui até à cidade ouvir o que o Dalai Lama tinha para contar. À entrada, monges budistas ofereciam uns rolinhos coloridos atados com lãs coloridas. Desenrolei o meu. Dizia assim: "Uma viagem de mil milhas começa com um único passo".

    ResponderEliminar