Chove que até parece o céu está a cair. Eu, aqui abrigado numa caverna duma falésia virada para o zulmarinho medito na serenidade da estar vivo e pensar. Terão passado tantas coisas boas e más na minha vida que nem contar eu tento. Começaria por onde? Pelas paixões de criança incompreendida? Tem amores que nunca direi. Pelos choros das prendas que nunca tive? hum... grande rio salgado iria chorar por aí. Pela hora de uma das muitas partidas que fiz por caminhos sem fim? Perderia-me numa qualquer encruzilhada do esquecimento. Pelas horas de esperança duma surpresa qualquer? Iria por certo surpreender-me pelo tempo gasto. Pelas horas perdidas a perder-me no tempo? Não averia noite insónia que me restasse.
Chove diluviamente pelos meus cantos mentais. Mas eu tenho novos projectos e estou decidido a concretrizá-los nem que tenha de sonhar os sonhos acordado.
Sanzalando
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