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6 de dezembro de 2019

visto de fora

Olho o zulmarinho e a sua vastidão. Me perdi em olhares, nas trocas e baldrocas dum olhar, no cacimbo, na chuva ou num pestanejar. Fui embora de mim sabendo que as pessoas são passageiros deste autocarro que chamam de vida. Olhei-me, literal e calmamente visto de fora, porque eu não estava fora de mim, e percebi que o tempo deixa marcas que por mais bem disposto que esteja elas não são apagadas. Mas atenuam-se. Um sorriso é sempre um sorriso e depois é também mais fácil. Outras reacções são complicadas. Sorrio mesmo quando a minha mente acelerada já me ultrapassou numa qualquer curva da vida. Sorria, porque estas palavras são escritas com suavidade, com a carícia de quem quer usar a palavra como um manto cobrindo um corpo despido de preconceitos. Bolas que hoje o cacimbo se apoderou de mim e me deixa a visão turva.
Mas eu visto de fora que até sou giro!


Sanzalando

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