Faz sol e eu medito. Faz vento e eu protesto. Chove e eu me lamento. Insatisfação pura porque o sol não brilha, não faz brilhar e eu escrevo para não ficar perdido na memória, não me afundar em recordações nem sofrer de lembranças. Decifro-me, decifro-te e lá vou seguindo meu rumo como se caminhasse para o nascimento da minha alma gémea. Eu sou suficientemente egoísta para me pensar assim. Eu sou o meu poema sem rima, sou uma estória inventada por uma personagem animada dum desenhador qualquer. Sou uma resma de papel, uma lesma de assunto, um mar de recordações. Sou tudo e nada. Sou sol quando ele brilha. Sou uma amalgama de coisa nenhuma, importante conforme as necessidades, analfabeto quando me convém, intelectual se necessário.
Nada disto. Eu sou um bocado da minha paz.
Sanzalando
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