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23 de junho de 2020

eu e o nada

Mergulhei e nadei num fundo de mar. A cada braçada um pensamento e ao mesmo tempo sorria. Cada ideia que surgia eu abraçava numa braçada vigorosa porque consegui interpretar o sinal. Me esqueci de catástrofes e desembaracei-me do meu próprio caos. Vim à superfície respirar, localizar-me e orientar-me na geografia para evitar uma correcção ou desculpar-me dalgum erro posicional.
Os olhos estavam extasiados, não sei se incharam de tanta beleza. Naquele silêncio submerso não há lugar a esquecimento. Senti-me em acção. Eu sou mais que a minha ausência.

Sanzalando

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