E como fez sol me atirei no zulmarinho dentro feito barco a motor. Saltei ondas, bati forte no vento que levantei. Tropecei na velocidade dos saltos. O raro cabelo esvoaçava. Eu me senti criança na brincadeira do mar.
Me deixei levar uma manhã inteira a pensar era marinheiro da vida, quando afinal eu só conheço o mar assim faz pouco tempo. Conhecia outro mar, o mar dos mergulhos da areia, o do enrolar nas ondas, o do pica-pica. Este mar é diferente. Parece é livre e livra-se o pensamento.
Meditei-me num surfar. Senti-me gente e livre.
Os sentimentos parece se perderam num link de informação e o amor virou um like de face ou insta. Eu vi o que parece ser real, gente se esconde atrás dum personagem, as notícias soam ao que os ouvidos querem ouvir.
Eu aqui no mar me senti gente de verdade, sem falsos históricos ou fotos manipuladas, isolado sem falsos seguidores.
Regressei porque o vento estava a soprar mais forte que a minha experiência, pensei eu. Atraquei de forma artesanal e pouco convencional. Atraquei feito nabo perfeito, como se nabo andasse no mar. Olho ao lado e outro numa manobra de aprece é facil atracou mais rápido e em menos espaço eu tinha. Sorri e disse bom dia e parabéns. Realidade já rara nos tempos de hoje, falar olhos nos olhos o que vai no coração.
Acho foi do mar.
Sanzalando
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