Se calhar faz hoje anos que eu estava na praia a apanhar banhos de sol e a namorar sem que ela soubesse que eu lhe namorava enamorada e profundamente. O boca-de-sapo-tinha pousado suavemente no estacionamento das arcadas, tu, que caminhavas suavemente na elegância dos teus 15 anos, alta e direita porém não altiva, em direcção à areia onde eu deitado te procurava no melhor ângulo de te ver sem ser visto. Se houvesse mais mar daquele eu me afogava, me afundava, por ter engolido tantas vezes as frases de amor que decorava e repetia no espelho de casa para mais tarde para sempre calar. Mas nesse tempo eu engoli os restos de tanto amor, apaguei tantos incêndios ardentes no coração que se sofresse de remorsos eu era uma manta de retalhos. Mas nesse mesmo mar eu naveguei sonhos levando-te como capitã num barco que afinal nunca houve. Tu fugiste do meu barco porém eu continuei a navegar até chegar a algum porto que me abrigou, felizmente.
Se calhar faz anos hoje e tu nem eu nos lembramos de quase nada.
Sem comentários:
Enviar um comentário