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9 de maio de 2022

tatuando-me

Me sentei num banco de madeira da velha avenida de chão de areia vermelha que não faz lama quando chove e até parece fica mais dura. Não sei onde lhe foram buscar, mas acho foi boa ideia. Mas também não estou aqui para engenheirar nem filosofar sobre a chuva na falta dela. Estou mesmo aqui, no banco de madeira da velha avenida para te dizer que qualquer dia eu saio sem destino, paro num sítio qualquer, onde eu me vá sentir bem, agradavelmente bem e desato a escrever sobre ti, sobre nós, sobre  os tantos significados que me apresentas. Num resumo, eu te vou gravar em mim, te tatuar na minha essência numa forma de nunca mais te apagar mesmo que a memória já não seja a minha. 
Assim eu vou ter a certeza que em altura nenhuma eu me vou esquecer de ti e do quanto tu me fazes falta, de tudo o que aprendi em ti, dos sorrisos que dei em ti, dos amores perfeitos que me apaixonei por ti. Jamais me esquecerei dos meus falecimentos por amor em ti. Quantas vezes morri de amores no teu solo? Quantas vezes me entristeci por descorresponências amorosas no teu chão?
Aqui sentado num banco de madeira da velha avenida de chão de areia vermelha, eu lamento que não tenha gravado em lado nenhum o meu nome em ti, como se fosse a tua tatuagem de mim e que fosse o elo para não me deixares partir as vezes que parti.


Sanzalando




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