Se te olhas e nada vês, companheiro, muda de rumo porque tu já eras.
E assim comecei a passear. Pé ante pé, devagarinho, porque ia ser uma caminhada longa. Não tinha nenhuma ideia na cabeça. Nada brilhava em forma de ideia, de luz ou vagamente lembrança. Eu me olhava e nada via. Não sabia o meu rumo, nem o que havia tomado faz muito tempo. Desespero porém sem desesperança, caminhei. Primeiro devagar e aos poucos fui acelerando. Eu havia de me encontrar. Eu tinha de me ver. Eu havia de estar nalgum lugar.
Cada passo parecia mais pesado que o anterior. Eu ia mas sem norte e desnorteado andei. A minha estrela polar, o meu cruzeiro do sul, qualquer constelação. Nada. Vaziamente me encontrava. Aspirado por qualquer máquina extraterrestre, lunático, apático, patético.
Foi quando acordei, levantei-me e pensei não voltar a adormecer na praia,
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