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24 de fevereiro de 2006

Uma estória verdadeira(66)


Embevecido de estar junto às naturezas mais belas que a natureza me deu o prazer de olhar, compartilho tudo isto com gente que é mesmo boa. Coração e alma de gente boa.
Seguimos rumo em mais visitas. Visitámos o local ideal e fizemos todos força para que seja mesmo aqui. Mas a força éramos todos num só. Cumplicidades sem serem pedidas. Naturalmente cúmplices.
Depois, cansados mas felizes e extasiados seguimos rumo à cidade. Amanhã vai ser o último dia aqui. Co-pilota que continua sem GPS tem muitas voltas a dar e conversas a ter. Encontros e reuniões. Voltas e afazeres. Termina assim um gratificante passeio na terra onde a minha placenta foi enterrada. Termina aqui, numa espécie de intervalo que se deseja curto, um período que estou mesmo feliz de o ter vivido. Amanhã é dia de novos rumos, rumos com cheiros a mar. Lá, no zulmarinho. No início dele mesmo. Lá onde bebi a primeira água, onde dei a primeira queda de mim. Lá no meu deserto do meu contentamento e desconhecimento. Lá onde estive já numa noite sem ser de luar e gasóleo.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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