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8 de fevereiro de 2006

Uma estória verdadeira(56)


Não é por devoção, é mesmo para ver a vista. É mesmo só para matar saudades dos tempos em que o kota avô nos metia no seu machimbombo de trazer a família nos levava a passear. E lá fomos nós atravessando a cidade de uma lado, dando a volta e parece fazer um círculo de mais alto um dos lados. Estão a construir um hospital americano ou coisa parecida lá em cima. Depois a base militar que nem espreitei que eu não sou desses de andar a fazer espia e ainda me podiam fazer perguntas que eu não sabia a resposta. Medo só mesmo dos mugimbos de coisas de ouvir falar que depois na realidade real da vida se vai vendo que foi mesmo só vaselina nos ouvidos que nos estiveram a pôr. Não serve mesmo para nada. Antenas da SISTEC a apontar no céu. Lá em cima delas deve que ser o ponto mais alto de Angola. Esqueci de perguntar mas um dia destes eu vou saber.
Está em restauro e está bonito. Só falta mesmo limpar ele mesmo o Cristo Rei porque tudo o resto está limpo e pintado que nem novo. Nos abriram a porta e lá fomos caracolando até chegar nos pés do referido dito cujo. Fotos e fotos. Ahs de espanto. Mais ideias surgem na cabeça que está aqui está a explodir de tão cheia delas. Ainda vou apresentar uma aí no dono dessas antenas e eu sei ele vem aqui em baixo discutir comigo e vai fazer o que eu lhe estou a pensar. Infelizmente tudo isto estava a passar só dentro da minha cabeça pelo que não passou a mensagem para quem de direito e ficámos por aqui. Mas quem sabe um dia… Descidos de lá de cima é hora de voltar e então parámos num bar assim como discoteca pertinho da feira do gado e ficámos a beber umas e outras que o calor não é muito mas a sede aperta e sabe sempre bem uma birra loiramente gelada. Bar bonito este que está aqui, decorado com madeira daqui. Simples mas eficaz. Gente boa vai entrando e saindo que até o soba da Chibia aqui veio e nos rimos com esse vendedor de petróleo das arábias sem nunca ter sido árabe. Como é bom estar aqui mas há mais «capelinhas» para visitar. Vamos na SISTEC que a senhora directora nos quer por lá. A gente vai que nem protesta porque ela não é protestável. Mandou está cumprido e mais nada. Tas a ver, né? YAH! Enquanto alguém trabalha outros aproveitam para ir na Florida, ver a Tirol, espreitar a Catedral, ver a sede do Benfica e recordar os bailes das noites antigas, numa palavra, andar e bisbilhotar. Aproveitar enquanto é tempo que ele anda a fugir como que por entre as mãos. Hora de voltar na casa, nosso quartel general, onde D. Fernanda nos espera com toda a simpatia, e sem esforço nos prepara o jantar que a gente sente tem prazer e o comerá como se fosse a última refeição. Mais uma vez estava divinal e a gente parece é sapo de barriga cheia. Ai Tico que não vais ter molas para tanto peso.

Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

2 comentários:

  1. Conterra
    Escapaste não ser confundido com onça que costuma ir beber água...
    Vou lendo a tua estoria e tem quem tenha pedido para te mandar um abraço e te dizer que amizade como a vossa guarda-se no coração...
    Um abraço conterra
    Armanda

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  2. Pois é que eu me tinha esquecido de contar esse promenor importante. Vais ver ainda vou que te recontar toda a estória outra vez para ela ser ainda mais verdadeira. Mas aí vão continuar a faltar as palavras para te dar e a quem bem tu sabes quem.

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