Conheces-me? Eu sou a árvore da margem do rio. Conheço as primaveras e as àguas perfumadas de madresilvas e jasmins, fui abrigo de pássaros que nos meus ramos fizeram os ninhos. Conheço também as tormentas de Inverno, galhos partidos pelo vento, aguaceiros e trovoadas. Conheço casais de namorados que me golpearam corações. Conheço a dor de pedradas e outros objectos arrastados na fúria do rio. Conheço o calor tórrido do verão.
Sempre aqui estive, agarrada a este pedaço de terra, sempre a ver o passar das águas.
Hoje já não temo nada disso, nem a força dos ventos e nem a das águas, nem as pedradas e nem os pássaros que me abandonaram. Já fui vida em vida. Quando caí sei que caiu o meu tronco, os meus ramos e as minhas raízes. Mas aquilo tudo que vivi, não!
Sempre aqui estive, agarrada a este pedaço de terra, sempre a ver o passar das águas.
Hoje já não temo nada disso, nem a força dos ventos e nem a das águas, nem as pedradas e nem os pássaros que me abandonaram. Já fui vida em vida. Quando caí sei que caiu o meu tronco, os meus ramos e as minhas raízes. Mas aquilo tudo que vivi, não!
Sanzalando
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