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10 de novembro de 2007

Uma manhã de Sábado

Dou um salto da cama como se me faltasse o ar. Faz um frio de rachar. Ouço um galo no seu galinheiro a cantar, o que me irrita porque eu queria era dormir. Eu daria um cigarro e as chaves do meu carro mas na verdade os galos não fumam nem conduzem. Afinal de contas o melhor é cada um no seu lugar, ele no galinheiro e eu a conduzir a esta hora da madrugada já manhã.
Sinto-me a patrulhar o silêncio da cidade que ainda dorme. Percorro ruas e acendo o meu novo último cigarro. Não deve ser o último dos últimos mas é um último. Assim penso eu.
Sinto que o coração me saltou pela janela e no seu lugar eu coloco um mental cartaz que diz: ‘coração fechado para obras e reformas’. O meu médico me disse que eu devia ter muito cuidado, que ando muito delicado pelo que me enumerou um cem número de proibições e medidas de choque.
Mas eu percorro as ruas da cidade como um vigilante desatento. Quantas vezes já passei por aqui?
O fumo sai pela janela deixada aberta com um propósito. Sai o fumo e entra o frio. Trocas neste mundo de comercio livre...
Saio do carro como se me faltasse o ar e me meto na cama a pensar no galinheiro.

Sanzalando

1 comentário:

  1. Estou a apreciar este teu novo estilo. Urbano, real, aquele estilo que não habita os sonhos, mas sim o dia que salta para cima de nós quando abrimos os olhos de manhã.
    SJB

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