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23 de novembro de 2007

o teu nome que nunca disse

Sento-me com ar descontraído. Não quero nem pensar no hoje, quanto mais no amanhã. Me sento e vou falando em voz baixa palavras para mim. Hoje apetece-me ouvir-me e por isso me vou fazer a vontade, às vezes eu também me mereço.
Mais um dia que não vou dizer o teu nome, porque o teu nome provoca um sorriso no meu olhar, um brilho na cara e logo alguém que passa poderia descobrir este meu amor platónico. Por isso calo o teu nome e esquecerei as palavras que calei, os silêncios que me falaste em momentos de calma e que me fizeram sentir feliz e capaz de sonhar.
Por isso falo-me sem dizer o teu nome. Por isso sonho-me sem referir o teu corpo, o teu perfume e a tua magia.
Estou colado ao nada, agarrado ao vazio e transporto o sorriso da nostalgia. Olho-me e fico surpreendido com o som de cada palavra esquecida. Rio-me levemente como voa uma borboleta, me abraço de interrogações agrestes e baças e calo o teu nome com medo de me denunciar.
Vejo-te no retrato da memória, ouço-te nos teus silêncios e sinto os tremores do medo em todas as partes de mim. Procuro rasgar as dificuldades, romper as distâncias e palavrear sem limites balizados no tempo. E calo o teu nome mais uma vez.
Me levanto e descubro uma ponte que une o amanhã até a um dia qualquer de depois do amanhã e antes da morte e sorrio com vontade de dizer o teu nome.



Sanzalando

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