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28 de dezembro de 2018

através é inverno

Que estranho é o inverno. Nada parece correr como se deseja. Acorda-se e sente-se frio, uma vontade enorme de readormecer. Escuro mesmo quando brilha o sol. E é sinal que é o fim do ano que chega. Lá, na outra metade de mim faz calor e o fim do ano é festa. Eu sei que nesta minha outra metade também. Mas não é a mesma coisa. Na outra metade eu transpiro só de sair na rua. Nesta metade arrepio-me antes de ir na rua. E depois aqui me deu para pensar, quando a outra metade não pensa, vive. Mas hoje eu estou nesta metade, nesta procura de mim em mim e fico melancólico. Parece que o ano correu rápido, a sensação que falta gente à minha volta, uns porque faleceram e outros porque descruzaram-se de mim. Eu sei que olhando no circulo completo eu tenho carícias no olhar, mas... há qualquer coisa que não me está nítido. 
Na outra metade de mim pode estar cacimbo, nesta cacimbei-me. 
Acho caí no vazio, fiquei sem motor e sem sentido. Acho que fui atropelado por gente sem rumo, sem passo certo e me empurraram para lugares comuns.
Deve ser é inverno e a minha felicidade depende de mim e do meu olhar.


Sanzalando

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