Invernamente me deixo embalar pelo marulhar forte desse zulmarinho que parece estar que nem eu, enfurecido. Estou-o apenas porque vejo o tempo passar e é como ver um barco se afundar e não poder fazer nada. Faz conta eu pudesse por uma rolha e ele ficava ali na superfície e era um consolo para os meus pensamentos.
É dezembro. Mais um ano terminando e muita gente vai dizer que este bateu o recorde de pior ano. Todos os anos é mais do mesmo neste tipo de contabilidade. Mas se tu me estás a ler eu fico orgulhoso por saber que alguém caminhou pelo menos até aqui.
Fica a saber que independente de quem quer que sejas, meu coração se alegra em saber que não desististe. Te congratulo por enfrentares lutas que ninguém sabe, parabéns porque você conseguiu sobreviver a mais um ano no meio do caos e porque mesmo tropeçando nas rasteiras da vida estás aqui.
Olhando o zulmarinho eu descobri que a vida nem sempre é boa e nem sempre é tão má como parece. A vida é como uma árvore que dá seus frutos no tempo certo.
Aprenda a respirar e esperar o relógio despertar, sem adiantamentos ou atrasos, mas na hora certa. Faz como que nem eu: não me esqueço por aí num canto. Nem que eu tenha que cantar para ser ouvido eu recomeço sempre por mim, luto mesmo que não tenha nada para fazer.
Para o ano vai ser melhor como se o melhor fosse possível pesar numa qualquer virtual balança.
Não tem bolsa da vida por isso eu tenho as minhas acções uninominais para viver cada minuto e escrever as minhas letras em maiúsculas ou minúsculas, com gramática ou agramáticalmente. Forças no dias maus e jamais se esqueça: os anos acabam e as lutas também.
Sanzalando
Sanzalando
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