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19 de dezembro de 2018

outono de vida

Ainda faz sol. Calor Nenhum. Outono quase termia para dar lugar ao Inverno. Não há vento nem gelo. Apenas um sol arrefecido. Neste tempo sobra tempo para meditar. Na meditação a gente cresce, quanto mais não seja em auto-conhecimento. Aqueles minutos a olhar a linha recta que é curva, onde o zulmarinho se toca ao zulceleste, dá para ver que podemos ser agricultores de expectativas. E há uma variedade infinita delas. Todas difíceis porque quase nenhuma é superada. Mas nós continuamos a cultivá-las. Ciclo vicioso, quadrado fútil.
É a expectativa dum bom dia que não chega, do sonho que não se realiza, do desejo que não se concretiza, da ilusão que nos ilude eternamente, do olhar o que não vemos. E a expectativa floresce numa flor insatisfeita, desperfumada, corriqueira, que não acaba, crescendo numa prisão que até nos pode tirar o chão e por-nos em estado de depressão.
Não. Cultivar expectativa, não. 
Por isso eu opto pela leveza, deixo que o fraco sol me dê uma ténue sombra, uma luz para que eu consiga ver a vida como apenas uma pessoa.
Outono sem expectativa porém cheio de vida.

Sanzalando

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