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28 de fevereiro de 2022
27 de fevereiro de 2022
26 de fevereiro de 2022
25 de fevereiro de 2022
amigos ao caminho
Vou por estes caminhos, por vezes cansado, outras vezes farto e tantas vezes com um brilho de esperança. Sigo por aí conversando, tantas vezes apenas comigo e outras pensando num tu qualquer, próximo ou distante. Hoje apetece-me perguntar, a esse tu qualquer, próximo ou distante, se tens algo que queiras partilhar. Não só as coisas boas para rirmos junto, podem ser outras coisas para chorarmos. Os amigos estão por aqui. Os amigos são isso, são companhia para o caminho, seja ele qual seja.
24 de fevereiro de 2022
atemporal
Aqui vou eu, passo seguro, tentando saber mais coisas de mim. Quem sou? Sei o que fui, sei o que fiz. Mas quem sou agora? Somatórios de muitos eus passados. Amanhã como serei? Afinal de contas sei que sou um ser intemporal. Já tive o meu tempo, tenho o meu tempo e não sei que tempo terei amanhã. Existo ou sou uma ficção de mim?
Neste caminhar, por fezes confuso, outras tantas assertivo, nem eu sei mais quem sou nem o que serei. Quanto mais tempo o serei? Tanta pergunta para um caminhar que quero simples.
Tudo me é temporal, até os dias maus. Eu sou intemporal na memória. Minha e colectiva.
Acho que sou apenas atemporal.
23 de fevereiro de 2022
os meus caminhos
Todos os meus caminhos são intemporais. Às vezes caminho quando estou em repouso quase absoluto. Outras, no meu maior período de concentração, encontro o caminho. Não tenho lugar no repouso, não tenho camas paradisíacas em cenários infernais, ou vice versa. Não tenho modo nem circunstância de ir acompanhado ou sozinho. Os meus caminhos não tem destino nem destinatário, não são direcionados nem anacrónicos. São directos, por mais curvas que faça, são passagens por mais tempo que fique parado. São concretos ou abstratos, sáo estados de espírito, explosivos ou dormentes.
São apenas os meus caminhos.
22 de fevereiro de 2022
nos caminhos
Neste caminho, tantas vezes feito de palavras e poucas de silêncio, tenho vezes dificuldade de encontrar uma forma de dizer que o coração e a mente não podem andar desencontradas, não pode haver caos, assim como não deve haver uma constante procura de equilíbrio, de confiança entre os dois. Lentamente ambos têm de se encontrar nesse tal ponto.
Se não for assim, num caminho que tem armadilhas, um coração dilacerado ou ferido, uma mente arrancada a ferros da racionalidade ou confusa, levam-te por irrealidades, por esforços vãos, lugares empedrados e esquecidos nos confins da memória. Em resumo, por pesadelos que não tiveram importância na devida altura e que agora sobressaem por poros enfraquecidos de desequilíbrios mentais e físicos.
Não há caminhos prometidos nem verdades num simples olhar. Há corações partidos e mentes em ebulição em todos os lados da trincheira. Há que escolher o caminho, equilibrando lágrimas e sorrisos, numa possível inundação de vida
Sanzalando
21 de fevereiro de 2022
utilidade do caminho
Nas minhas caminhadas vou-me cruzando com gente. Uns cabisbaixos, outros altivos, uns alegres e outros tristes. Uns vão sem saber, outros sabem e pouco se importam, outros não conseguem ir e se importam. Os meus caminhos são assim por mais solitários que possam parecer, por mais silenciosos que possam ser. Os meus caminhos têm o som do passo. Este ouve-se conforme a escolha de quem o deu. Os caminhos não se cruzam. Podem ser coincidentes mas como tal, por mera coincidência. O meu caminho é útil para alguém? Pelo menos para mim é. Neste caminhar eu não vou atrás de gotas, salpicos ou brisas, eu procuro oceanos de coisas, de sensações, de estares. Eu escolho o caminho e o caminho escolhe-me a cada dia. Seja ele qual for eu só tenho é de sorrir. O caminho é-me útil.
20 de fevereiro de 2022
caminhos
Hoje vou só sentar aí num canto e me deixar olhar o caminho. A gente só precisa sentar num canto e agradecer o caminho até aqui. O próximo caminho a gente ainda nem sabe vai fazer quanto mais o que vai fazer. O caminho tem limites apesar de eu ser deslimitado mental. Mas ele começa e eu sei onde e como foi que começou. Ele um dia vai terminar mas não sei por onde ele vai passar, até onde é que ele vai.
Vou só sentar aí num canto e agradecer. Muitos fins podem ter o meu caminho. Não lhes conheço nem os quero conhecer. Quanto mais tarde melhor, poderei predizer hoje sabendo que o vazio da alma pesa na consciência.
19 de fevereiro de 2022
caminhos de memória, recordações e saudades
Lá vou eu numa nova caminhada. Levo comigo recordações, memórias e na minha bagagem eu também levo saudades e essas vou-as gastando como energia para conseguir ir em frente.
Me lembro que atinjo um grau enorme de liberdade quando não me importo como caminho, nem por onde caminho. Sem memória e sem saudade eu jamais conseguiria caminhar pelas minhas palavras, pelo meu caminho, pelo meu eu.
Eu sei que nesse caminho tem erro, tem o meu erro, aquele me marcou mas não me define, porque entretanto eu lhe corrijo, rectifico a trajectória e ele entra na secção de memória. Não tenho saudades dos erros, tenho memórias.
Eu sei que nesse caminho tem coisas boas, gargalhadas, sorrisos e abraços e não preciso ir buscar fora de mim energia para continuar em frente. Tenho recordações.
18 de fevereiro de 2022
pelos meus caminhos
Aqui vou mais uma vez caminhando pelos caminhos das ideias e pensamentos. Sei lá se vou no rumo certo ou num qualquer que vá dar a lugar nenhum. Certo é que vou. Não me fico por aqui, apesar de ser inverno, apesar do sol não brilhar com a intensidade que eu queria ou gostaria. Sério é que eu vou por aqui a caminho de lado algum.
Não sei se alguma vez me esforcei para olhar duma maneira diferente da que agora olho. Nunca me importei, acho eu, de saber se ia encontrar obstáculos pelo caminho. Sei que sou inteligente o suficiente para saber os meus limites e conhecedor das realidades que me possam impedir de seguir o caminho. O que tenho como certo é que cada vez vejo com mais brilho o caminho que optei escolher, evitando a escuridão de túneis, as incertezas do tempo, as borboletas dos nervos e as tremideiras dos medos.
Pelos meus caminhos vou renascendo.
17 de fevereiro de 2022
inverno pessoal
Estamos num inverno que não se nota. Caminho neste inverno com roupa de verão embora a brisa fresca me diga que não.Troco palavras quentes por frases perfeitas, tremores por amores e rosas de todas as cores, ausências de olhares por olhos mortiços e outros conceitos e feitiços.
Estamos num inverno que não se aquece com um abraço e quando olhamos para o lado vemos um absolutamente nada carregado de cansaço, sorriso baço e o farrapo corpo duma ausência, um pedido de socorro calado por um sorriso falso e muito alargado.. Minha santa inocência que não dá pela presença dum ser perfeito que existe em mim, sorriso franco e arrebatador que deveria ser mais forte que qualquer aquecedor. Eu sei que é inverno mas para mim é verão eterno. Sorrio, rio e corro por mim adentro como quem nem tem medo de ter um fim qualquer dia.
16 de fevereiro de 2022
dia
Tem dias que caminho pensando que vai ser diferente. Mas me engano e o caminho é mais do mesmo. Não é que seja o caminho errado, é só mesmo o mesmo caminho, a insistência da existência própria. Que me trás de novo o mesmo nada de tantas vezes passado. O frio que se mantem, a chuva que não cai e o vento que não para de soprar para me despentear as ideias e os conceitos de preconceitos há muito criados numa memória feita de história.
Tem dias que o caminho não me rasga a alma, não me aviva as cores mentais nem esboça um sorriso facial. Há dias que não deviam existir só porque é mais um dia e apenas isso.
Não tem filme de levar às lágrimas, não tem azares que batem na porta. Tem só mesmo dias que podia dizer que foi apenas isso: dia.
15 de fevereiro de 2022
solidão caminhando
Vou por aí caminhando pensamentos, ideias e conceitos, frases feitas e amores variados, pelo que não sei se com isso me faço culto ou empobrecido solitário. Aqui, neste passeio tantas vezes mental, não sei se consigo ver tudo à minha volta ou se pelo contrário, viro um míope intelectual.
O que sei ao certo é que eu me guardo com carinho tudo o que passo e vivo, na minha memória.
Será que sou assim porque desnudo a minha alma, dou-lhe forma de caminhar, retirando-a do meu corpo?
Eu olho-me de perto e olho-me de longe e apenas consigo ver-me. Este caminhar tem destas coisas, Vejo-me e revejo-me e ainda sou capaz de ter saudades de mim, do antes, do agora e ainda do futuro que serei.
14 de fevereiro de 2022
13 de fevereiro de 2022
12 de fevereiro de 2022
ela é muito de mim
Ela é valente, corajosa, resistente, intensa e meiga, suave e grosseira, deslizando por aí com a facilidade duma descida ou esforçando-se num ranger quase inaudível enquanto sobe pela vida. Eu sei que os meus sentimentos são preciosos, os meus elogios rasgados, mas ela pouco se está incomodada com tal facto. Faço-lhe a vida difícil, torno-a fácil, deixo-a repousar, puxo por ela. Não tem ritmo de vida porque depende da minha anárquica disposição. Mas ela é maravilhosa. Insulto-a por vezes e noutras quase a atiro ao chão imitando um gesto raivoso. Na verdade faltam-me adjectivos para a descrever quando ela me faz a vontade e me diverte, me leva por caminhos apaixonantes, cabelos ao vento não fosse eu protegido, arrepiado de frio não fosse eu agasalhado.
Eu adoro a minha bicicleta.
11 de fevereiro de 2022
futuro
Quantos caminhos já refiz? Já nem eu mesmo sei. Tantas vezes voltei ao início que não sei mesmo se já percorri o mesmo caminho errado mais do que uma vez. De verdade também pouco importa eu não me lembrar, pois eu não vivo entre sombreados, entrelinhas, olhando o chão, cabisbaixo vendo a minha obscuridade. Eu só quero ver a minha luz, a minha verdade, o meu eu de mim, olhos na cara. Errei e dei conta? Desculpa. Não dei? Vou fazer mais como? Refaço o caminho para caminhar para o meu futuro, seja lá qual é que ele será.
10 de fevereiro de 2022
ás vezes
Às vezes penso que tenho de mudar de caminho. Seguir o caminho das palavras não é um caminho seguro para além de ser solitário. Acho que o tenho de arranjar através de palavras ditas e não escritas. Todos estes caminhos irão dar ao mesmo final, ao interior de mim, ao meu pensamento, minha essência, meu estar. Mas às vezes estou cansado de mim e mostro uma insegurança, uma vontade de esconder a crença feita trampa, a desesperança dum esperar destrutivo que se escondem em sinónimos de espera vã, em medos que me absorvem qualquer sentido de vida.
Às vezes tem vezes que deveria ficar calado num canto
9 de fevereiro de 2022
poeta dos silêncios
Soleia mas fria a alma de quem anda na rua. Deve ser esta brisa que sopra vinda do norte. Se ela viesse do meu sul quase certo eu transpiraria, destilava saudade. Na verdade eu não quero ser mais do que aquilo que sou, de ter mais saudade da que tenho, de ser um sol a tremer de frio. Sou tal e qual tropeço nas minhas palavras, tal e qual transpareço nas minhas frases. Dos meus silêncios versejo.
Sou o poeta dos meus silêncios.
8 de fevereiro de 2022
saudade
Já era tempo de me pôr ao descanso duma sombra da vida e ver o mundo a correr veloz sobre a saudade. Na verdade não tem qualquer importância o número de despedidas, de adeus eterno, já efectuados, porque a gente vai ter sempre mais um adeus a dar até ao nosso próprio adeus.
Todos os adeus passados a gente não esquece. Fica sempre uma lembrança que um dia inesperado a gente vai buscar à memória e recordar com saudade. Já nem me lembrava de e o de se forma memória viva, corpo físico, intacto na recordação de dado momento. Não importa quanto tempo passou, o avatar é o mesmo que a gente até pode deixar cair uma lágrima ou sorrir um sorriso.
Eu gosto de ter saudades. É sinal que estive
7 de fevereiro de 2022
palavras ao caminho
Usando o tempo para gastar palavras, aqui vou numa caminhada solitária. Cada letra será um passo, uma frase um caminho, um parágrafo um ideia feita. As reticências podem ser tropeções ou bloqueios mentais. Vou só gastando palavras para encontrar o meu caminho ou encontro o caminho para o pavimentar de palavras?
O que importa mesmo é eu ter um caminho. Solitário, solidário não interessa desde que eu percorra o meu caminho. Vou-o calcetando de palavras, ideias feitas e factos. Sigo-me por esse caminho fora sabendo que um dia ele vai terminar e outro alguém lhe vai continuar no perpetuamente eterno caminhar.
6 de fevereiro de 2022
5 de fevereiro de 2022
cem anos de perdão
No caminho da vida, nos quilómetros percorridos no tempo, eu acho que se tivesse que pedir perdão ou desculpas, seria a mim mesmo. Primeiro, pelas vezes que tive medo de ser feliz, que tive receio de avançar para a felicidade, de soltar-me ao vento num solitário salto à minha vontade. Depois, segundo ou em arbitrária ordem, porque não abri jaulas que me enclausuraram em preconceitos e outros jeitos, que recusei mudanças de direcção, que abafei lágrimas ou as mastiguei em forma de protesto interno. Assim, nuns ultimamente, por não deixar descansar a cabeça por receio e ter de dar prioridade a outros que não a mim. Sem lugar definido, desculpar-me-ia sem o pedir, pelos erros e fracassos nas tentativas feitas.
Não tenho medo do medo pelo que desculpas não me peço e tenho cem anos de perdão.
4 de fevereiro de 2022
vou por aí
Vou por aí com o tempo, ultrapassando etapas, algumas boas e outras dolorosas, aceitar que há momentos bons e outros que não deviam ter existido, manter esperança seja do que for, porque o melhor sempre nos aguarda. Um sorriso, um beijo ou um abraço, existem ao virar da esquina, onde e quando menos se espera. Na verdade não conseguimos manter o tempo incluso no momento que queremos. Temos que o caminhar ao ritmo dele mesmo.
3 de fevereiro de 2022
livro em branco
Se eu publicar um livro em branco e o deixar ao vento ele se desfolhará sem letras. É um livro que eu dedicaria ao vento e a tudo que é passagem indelével. Porém há ventos que fazem ruído e há ruídos que incomodam. Este livro assim, poderia incomodar. Há passagens indeléveis que mais tarde recordamos com saudade. Este livro poderia ser um manifesto de saudade. Há saudades que doem. Já não sei se queria este livro assim, sem letras e deixado ao vento.
Um livro sem letras podia ser usado para escrever os sonhos. Mas há noites que não os tenho. Não. Decididamente não quero escrever um livro em branco.
2 de fevereiro de 2022
espanto
Hoje estou assim como que assustado. Olhei para uma amiga que estava a fazer limpeza de pele. Tinha um viscoso produto na cara que parecia era musgo verde claro. Arrepiei-me e fiquei com os nervos à flôr da pele. Acho vou insonar ou pesadelar esta noite.
Com esta minha idade eu já deveria superar etapas dolorosas da vida, aceitar modernices, mas já não tenho esperança que o futuro me traga aprendizagens destas. Eu estava a pensar ela estava a tirar o molde da cara para fazer uma suplente. Assim podia mudar de vez em quando, como no futebol. Mas não, estava a fazer limpeza com aquele produto parecia era sujeira viscosa de tons verdes. Ou será que fui eu que ficou verde de espanto?
1 de fevereiro de 2022
amalgama
Há quem tenha medo de se pôr ao caminho. Uns porque o desconhecem outros porque não gostam de sair do lado cómodo. Eu caminho. Propriamente ditou ou em figurado sentido. Caminho porque gosto de sentir a lufada de vento bater-me na cara ou na imaginação.
E quantas vezes já me apeteceu sair de mim, sair do meu próprio corpo, olhar-me do lado de fora e ver-me caminhar, dando-me espaço para vagabundear sem mim lá dentro?
Às vezes a minha cabeça está confusa, cansada, saturada, impossibilitada para consumo próprio, e se eu saísse do meu corpo ele descansaria e a minha mente volatilizava-se num éter imaginário. Cansa este turbilhão de pensamentos, esta amalgama de ideias e sonhos, este imaginar perfeito dum mundo redondo sem aquecimento nas arestas, sem crises nos cantos, sem pânico nas tangentes.
Acho vou continuar a torturar-me nestas caminhadas com os defeitos que me tenho.
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