Há quem tenha medo de se pôr ao caminho. Uns porque o desconhecem outros porque não gostam de sair do lado cómodo. Eu caminho. Propriamente ditou ou em figurado sentido. Caminho porque gosto de sentir a lufada de vento bater-me na cara ou na imaginação.
E quantas vezes já me apeteceu sair de mim, sair do meu próprio corpo, olhar-me do lado de fora e ver-me caminhar, dando-me espaço para vagabundear sem mim lá dentro?
Às vezes a minha cabeça está confusa, cansada, saturada, impossibilitada para consumo próprio, e se eu saísse do meu corpo ele descansaria e a minha mente volatilizava-se num éter imaginário. Cansa este turbilhão de pensamentos, esta amalgama de ideias e sonhos, este imaginar perfeito dum mundo redondo sem aquecimento nas arestas, sem crises nos cantos, sem pânico nas tangentes.
Acho vou continuar a torturar-me nestas caminhadas com os defeitos que me tenho.
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