No caminho da vida, nos quilómetros percorridos no tempo, eu acho que se tivesse que pedir perdão ou desculpas, seria a mim mesmo. Primeiro, pelas vezes que tive medo de ser feliz, que tive receio de avançar para a felicidade, de soltar-me ao vento num solitário salto à minha vontade. Depois, segundo ou em arbitrária ordem, porque não abri jaulas que me enclausuraram em preconceitos e outros jeitos, que recusei mudanças de direcção, que abafei lágrimas ou as mastiguei em forma de protesto interno. Assim, nuns ultimamente, por não deixar descansar a cabeça por receio e ter de dar prioridade a outros que não a mim. Sem lugar definido, desculpar-me-ia sem o pedir, pelos erros e fracassos nas tentativas feitas.
Não tenho medo do medo pelo que desculpas não me peço e tenho cem anos de perdão.
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