Se eu publicar um livro em branco e o deixar ao vento ele se desfolhará sem letras. É um livro que eu dedicaria ao vento e a tudo que é passagem indelével. Porém há ventos que fazem ruído e há ruídos que incomodam. Este livro assim, poderia incomodar. Há passagens indeléveis que mais tarde recordamos com saudade. Este livro poderia ser um manifesto de saudade. Há saudades que doem. Já não sei se queria este livro assim, sem letras e deixado ao vento.
Um livro sem letras podia ser usado para escrever os sonhos. Mas há noites que não os tenho. Não. Decididamente não quero escrever um livro em branco.
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