A Minha Sanzala

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4 de abril de 2022

eu tempo-me

Já fui muitos tempos. Reais e verbais. Sou do tempo em que andar a pé era uma obrigação e agora do tempo que é porque é saudável. Sou, fui, vou e estive. Sou dos tempos todos e não me cansei de fazer bem e mal a mim mesmo, ser o meu maior veneno e matar-me cada dia mais um pouco. Sou assim: vida! Olho o espelho e não rejeito a imagem que vejo, me anima e me alimento o ego até. Mesmo quando lhe olho a minha pior versão. Não me cansei de ser futuro pelo que ansiosamente lhe espero. Mal dos meus pecados ser assim ansioso de futuro. Não caminho pelos sentidos inversos, pelo prazer de comparar, mas apenas pelo saber de ser futuro. 
Já fui muitos tempo, sou tempo presente e esperarei ser futuro, pelo menos na memória de alguém.
Afinal de contas o meu veneno é o meu remédio, o meu passado é o meu futuro, o meu estar é ser tido. Sou tempo, não perdido.


Sanzalando

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