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10 de novembro de 2022

biograficamente

Já percorri tantos caminhos que não sei se deva olhar para trás e ver há quanto tempo eu sai da minha base, me larguei das amarras. Sinto-me cansado neste caminhar de calores humanos, de pensamentos vádios e palavras soltas a esvoaçarem vento fora. Eu sei que fui eu quem determinou o meu caminho, mas cada vez que olho para trás vejo-me criança com muito caminho ainda para andar.
Eu, nascido e não criado no mesmo lugar, com o registo de nascimento num lugar de sonho e criando bem perto do paraíso, crescendo num processo sem discussão, não perdido no tempo e nem alargado no espaço, defendo que um dia morrerei e sentirei falta de mim, assim num tal e qual estou ou sou.
Eu, que apanhei sol de 40 graus ou mais e frios de menos 20 no meu processo de crescimento jamais me desertificarei de ideias e conceitos, falsar morais ou remorsos, seguirei vivendo na minha floresta de ideias e no meu matagal de desejos.
Eu, aluno não brilhante porém não fosco, louco ou doente de suicídios e outros afins, nunca me artificializarei só para agradar a gregos ou troianos, nem me deixarei afundar na inércia dos vivos feito mortos a ver a vida correr.
Eu, olho para trás, onde está a minha base e não me arrependo de todos os caminhos que caminhei e apenas lamento os que não poder ainda caminhar.


Sanzalando

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