recomeça o futuro sem esquecer o passado

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4 de novembro de 2022

Conto quatro, cinco ou seis

Vou só assim sentar-me nos hexágonos da marginal, olhar as mariquitas e ver os pescadores de sequeiro a pôr de molho o anzol. Acho só vi mesmo pescar baiacu, como na europa lhe chamam de peixe-balão. Mariquita acho também vi. Mas eu não sentei aqui para ver peixes e falar deles. Eu nem sei pescar pois o anzol me fisga o dedo ou a mão sempre que eu lhe pego. Estou aqui mesmo só para pensar na vida. Tenho de pensar no meu futuro, mesmo que a Dra. Mitó me tenha dito que o meu futuro não ia ser brilhante, só porque eu nunca atinei no inglês das aulas dela. Acho mesmo não atinei com nenhuma aula dessa língua mais esquisita que inventaram para além do chinês. Mas também não é isso relevante para os meus pensamentos actuais. Que é que eu vou fazer mesmo? Vou trabalhar no Rádio Club, vou continuar a vagabundar ou vou-me aplicar nos estudos e ser gente de sentar na esplanada do Hotel Turismo? Já não sou criança e tenho de atinar com o meu futuro. O mar calmo, os hexágonos e as poucas pessoas que passam não atrapalham o meu pensamento. Primeiro eu tenho de gostar de mim. Ponto assente primeiro já está. Se eu gostar de mim vou fazer o quê? Vou trabalhar no Rádio, ter dinheiro para os meus cigarros e deixar a mais mais aliviada. Mas ela, a outra dita cuja quer que eu estude. Ou seja, para eu lhe ver todos os dias na aulas eu tenho de estudar, senão chumbo e lá se vai o olhar para o vazio ou esquina na hora certa do passeio. Esse mar está a me complicar porque o marulhar está num quase silêncio triste de defunto. Este pnto tem de ser aprofundado. Vou dar mais uns dias para amadurecer este. Espero que não me esqueça e ele apodreça.



Sanzalando

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