Sigo no carreiro das palavras, silêncio nos pensamentos, ouvindo o mar como música de fundo. Não é o meu mar mas é a maresia deste mar que me liga ao mar de lá. É o silêncio que me leva aos sons de lá. É a palavra que lá que me dá a força para cá. É uma energia que chega por ondas magnéticas e outras estéticas porém às vezes de formas patéticas.
Cruzo-me com alguém que me diz:
- Você faz-me pensar...
Sorri, como sempre sorrio quando as palavras não saem, brilhei os olhos como que espantado, agradecido e massajado no ego.
Fiz cara de desentendido, tal como envergonhado
- Escreve cada coisa...
Mais surpresa para os meus ombros.
Faz horas que não escrevo porque ontem me calaram de espanto e para tanto me mostraram que eu devia ser culto porque gente culta não se escraviza. Olha-se e é-se sempre livre, até da ignorância. Gente culta tem vantagens.
Carrego palavras que digo a ti pelos cantos dum livro de poesia, prosa de encantos nos silêncios respiratórios que me fazem, como direi, pausas pensativas.
É verdade. A felicidade não se compra. Vive-se! Digo eu a olhar para uns gráficos negros que me turva o pensamento, mas acredito que não haja machado que corte a sua raiz.
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