Me perguntam se eu sofro de saudade. Eu não sofro de saudade, eu sinto saudade dos momentos em que estive, das vidas que vivi, das correrias que corri. Eu sinto, não sofro.
É verdade que tem momentos em que me invade a tristeza porque tenho que apanhar os fragmentos quando algo parte o meu coração ou fere o meu cérebro, tendo que os rejuntar, curar e compor as minhas responsabilidades. Mas isso não estraga as minhas saudades porque nesse momento eu aprendi qualquer coisa e quando se aprende não se magoa, revive-se. Na verdade eu tenho muitos momentos de reviver e se tenho vontade de os fazer eu faço sem sofrer, apenasmente revivo para trazer ao presente algo do meu passado.
Não me importa o passado de outrem desde que não seja roubado do meu. Eu gosto dele e sinto saudade, porque sem ele eu hoje não seria eu, mas talvez seria uma manta de retalhos de passados alheios e aí se calhar eu ia sofrer saudade de não ter o meu passado.
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