Me deixo vaguear por pensamentos, palavras, conversas ou só silêncios. Quero ver a cor do tempo, quero ver o tempo que sobra para eu reler todas as mensagens que escrevi e nunca ninguém vai ter tempo para ler. Reinventei mil vezes na minha cabeça todas as cenas do filme da minha vida, todos os momentos até os apagados. Recantei todas as músicas, todas as canções que ouvimos nos bancos do jardim, na varanda de casa, no sofá da sala, ou nos passeios de carro de fim da tarde. Quero voltar sempre àquele momento em que não nos despedimos mas nunca mais nos cruzámos.
Vais pensar eu louquei-me, deliro-me ou simplesmente não tenho o que fazer.
Nada. Nenhuma destas parcelas é verdadeira. Só quero saber o que é que aconteceu no tempo, as palavras que eu não devia ter dito ou devia ter ouvido, o gesto que fiz ou o silêncio que guardei. Estou no branco neutro da minha desculpa, no cinzento claro da ignorância.
Estou vazio desse tempo deste o tempo que foi dele.
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