A Minha Sanzala

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5 de dezembro de 2005

Uma estória verdadeira(10)


"Fio": Um café na Esplanada

carranca
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Uma estória verdadeira (10) Hoje, 18:52
Forum: Conversas de Café


Depois duma noite santamente dormida. Com a canseira de querer ver e saber tudo também ia fazer mais como, se não dormir o sono dos justos? Se chega ao dia de trabalho. Para os outros é claro que para mim, ter que ir ali e acolá não é mesmo trabalho. É prazer. O toque de despertar que não tocou foi mesmo para aí umas 7 da manhã que aqui amanhece cedo e é para todos. Banhito tomado, roupa leve mas discreta que ir a alguns lugares se deve mesmo ir com roupa como deve que ser, pequeno almoço com mamão e café que soube que nem ginjas, há que esperar as boleias para os pontos que estão na agenda de trabalhos. A motorista que vem mesmo do Cacuaco que fica já ali. Há que esperar que o tempo é grande e não precisa correr que isso só cansa. Como não é educado chegar à tabela – horário serve mesmo para saber quanto tem de atraso – lá se partiu para a primeira missão. Assim, minha namorada Luanda me volto a encontrar nas tuas veias, porém com a diferença que hoje é segunda-feira, dia de trabalho. Já não é mais nem fim de semana como eu estava que nem bem habituado. Se entra na bicha numa rua à porta de casa e podes crer que só sais dela mesmo quando chegares ao teu destino, seja lá ele onde é que ele é. Hoje era ir na Ilha. Dá tempo para ver o tempo passar. Dá tempo para ver as casas, as ruas, as caras das muitas mais que possíveis pessoas que se cruzam comigo nos mais que muitos sentidos. Tás tu Luanda fervilhando. Sorrisos nos rostos, passos apertados, gincanas nos passeios, que nas ruas os carros só poderiam fazer gincana no pensamento dos condutores e passageiros, pois nem há espaço para mais carro algum. Mas os peões seguem felizes porque não têm que estar ali sentados com a vã esperança de percorrer um metro no próximo minuto. Se sobe a Barroso, se vira para ali e para aqui, se passa frente da Lello, se entra finalmente, muitas medidas de tempo depois, na marginal. Aqui se corre lentamente mais fluidamente.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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