"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Uma estória verdadeira (19) Hoje, 17:43
Forum: Conversas de Café
Neste meu regresso à Maianga eu reparo, um sentido que se vai apurando, que tens uma coisa nova, de um ou dois anos, sei lá. Muitas lojas que têm a cruz verde a dizer que é farmácia. Entro numa ao acaso para ver. Peço vitamina B. Tem sim senhor. Peço penicilina. Também tem. Tem preços altos? É capaz. Mas se calhar é mesmo melhor ter com preços altos que não ter nada. Vais ver um dia a estabilidade se estabiliza e os preços começam a ficar mais de encontro com a realidade. Será que lá no periférico, onde eu também uma cruz dessas os preços são que nem estes, ou estes estão mascarados também pela localização? Isso será para investigar noutros momentos, noutras possibilidades. Mas isso é mesmo assunto para outros cambas que de notas eu nem as de música percebo. Mas que fiquei contente de ver isso eu tenho a certeza. Os contrastes se contrastam.
Hoje foi dia de aprender. Mais um, amanhã vai ser outro dia. Vamos a ver como ainda vou chegar a amanhã, já que hoje tem jantar de aniversário que não posso nem quero mesmo faltar.
Cheguei na Maianga e Donamigamãe se manda vir comigo porque eu andei por aí que nem lhe telefonei, não lhes dei o meu GPS. Eu só andei por ti perdidamente achado nos meus encontros. Preocupada mesmo só que ela estava. Até que dava para ver na cara. Vais ver tem medo eu me perder nos teus labirintos. Rimos e brincámos, falámos do que vimos e do que gostaríamos de ver e fazer. Gostamo-nos e por isso falámos o que queríamos sem problemas de estar a magoar ou ofender-te. Concordámos e desacordámo-nos.
Agora vai ter de ser um duche longo para tirar tanta transpiração acumulada que a rua não tem ar concessionado, o calor aperta e andar que nem preparação de secretária cansa e faz deitar os bofes pela boca. Além de ter que tirar também da pele aquele ar poeirento que vagueia no teu ar, mistura de areias e coisas dos escapes daqueles milhões de carros que fingem andam nas tuas ruas.
Não vou cantar no duche porque, não só não sei cantar, como os vizinhos não têm culpa e a alegria está camuflada no constante pensar na resolução do vertical musseque, na constelação de estrelas pouco brilhantes sentadas em cada milímetro à espera de ser observado e tratado.
Minha voz só serve mesmo para te contar as minhas estórias e para mais não sei se serve.
Me ficaram de vir buscar. Vamos no aniversário mas se esqueceram de dizer mesmo onde é que é esse tal dito cujo jantar. Mas também iam dizer mais para quê? Ele que faz anos me vem cá buscar. Para não variar esse man é pontual e faltam 5 minutos para as sete e já está a campainha a tocar. Sobe-se no jeep e se vai no Trópico buscar mais um convidado. As curvas do costume, o trânsito habitualmente infernal. Dá para ver o que se vende na beira da rua, para não dizer no meio da rua. Saco com pão, ferramentas e outras coisas mais que muitas que é possível agarrar para vender no meio de tanto carro sem ser atropelado por algum distraído a 0 km/hora. Mas lá vamos e afinal, não sei se foi da conversa se foi de já estar a começar a ficar habituado que o tempo passou mais depressa pois às 8 já estávamos mesmo na frente do dito. Agora é rumo ao desconhecido para mim mas sabido para quem tem o Leme. Já conheço estas ruas todas e por isso acho mesmo que tamos a ir na Ilha. Acertei. O man é mesmo conhecido. Lhe batem na janela e lhe perguntam se no domingo vamos ganhar. Claro. Nem hesitou. Trigo limpo farinha amparo.
Hoje foi dia de aprender. Mais um, amanhã vai ser outro dia. Vamos a ver como ainda vou chegar a amanhã, já que hoje tem jantar de aniversário que não posso nem quero mesmo faltar.
Cheguei na Maianga e Donamigamãe se manda vir comigo porque eu andei por aí que nem lhe telefonei, não lhes dei o meu GPS. Eu só andei por ti perdidamente achado nos meus encontros. Preocupada mesmo só que ela estava. Até que dava para ver na cara. Vais ver tem medo eu me perder nos teus labirintos. Rimos e brincámos, falámos do que vimos e do que gostaríamos de ver e fazer. Gostamo-nos e por isso falámos o que queríamos sem problemas de estar a magoar ou ofender-te. Concordámos e desacordámo-nos.
Agora vai ter de ser um duche longo para tirar tanta transpiração acumulada que a rua não tem ar concessionado, o calor aperta e andar que nem preparação de secretária cansa e faz deitar os bofes pela boca. Além de ter que tirar também da pele aquele ar poeirento que vagueia no teu ar, mistura de areias e coisas dos escapes daqueles milhões de carros que fingem andam nas tuas ruas.
Não vou cantar no duche porque, não só não sei cantar, como os vizinhos não têm culpa e a alegria está camuflada no constante pensar na resolução do vertical musseque, na constelação de estrelas pouco brilhantes sentadas em cada milímetro à espera de ser observado e tratado.
Minha voz só serve mesmo para te contar as minhas estórias e para mais não sei se serve.
Me ficaram de vir buscar. Vamos no aniversário mas se esqueceram de dizer mesmo onde é que é esse tal dito cujo jantar. Mas também iam dizer mais para quê? Ele que faz anos me vem cá buscar. Para não variar esse man é pontual e faltam 5 minutos para as sete e já está a campainha a tocar. Sobe-se no jeep e se vai no Trópico buscar mais um convidado. As curvas do costume, o trânsito habitualmente infernal. Dá para ver o que se vende na beira da rua, para não dizer no meio da rua. Saco com pão, ferramentas e outras coisas mais que muitas que é possível agarrar para vender no meio de tanto carro sem ser atropelado por algum distraído a 0 km/hora. Mas lá vamos e afinal, não sei se foi da conversa se foi de já estar a começar a ficar habituado que o tempo passou mais depressa pois às 8 já estávamos mesmo na frente do dito. Agora é rumo ao desconhecido para mim mas sabido para quem tem o Leme. Já conheço estas ruas todas e por isso acho mesmo que tamos a ir na Ilha. Acertei. O man é mesmo conhecido. Lhe batem na janela e lhe perguntam se no domingo vamos ganhar. Claro. Nem hesitou. Trigo limpo farinha amparo.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Hoje apetecia-me deixar aqui letras cinzentas que escrevessem a tristeza e incompreensão em que estou, que até faz desapetecer o calulu que tá na minha espera...
ResponderEliminarSaí ontem de festa da escola onde juventude canta letras que parece não têm ouvido pra as escutar bem ! Fica o mêdo e a apreensão se vão andar direito ou se bambuleando no caminho que têm na frente ! Saída de lá, oiço já perto do final da miss angola,onde uma candidata diz que tem intenção de “lutar contra o cancro por ser doença mortal e onde se incluem a SIDA e o HIV” ! Deito com a preocupação. com sonos de heroina que salva a juventude.
Venho à Net e descubro que ninguem quer mesmo saber dos problemas dos outros ! Uns julgando que já fizeram tudo e os outros andaram só a estragar esse berço de oiro donde que não querem saltar e é ele que lhes dá direito à diferença e ao respeito! Não têm problema em magoar outros ! Tão nem aí!!!
Conterra, hoje mesmo é dia cinzento. Me desculpa só yá?? Vou experimentar um gole na birra, uma garfada no cherne acompanhado de lombi, queabos e bombó, outro gole na birra.... quem sabe mais logo consigo redescobrir que o sol é mesmo para todos como diz o que canta bem ? Quem sabe quando sair e vir aquele homem , mulher ou criança que está a pedir-me ajuda, vai ensinar-me que sabe mais da vida do que eu? Quem sabe quando regressar ao serviço vou recuperar a minha vontade de viver feliz porque posso ajudar e ser ajudada sem pensarmos quem nasceu como, ou estudou onde, ou fez quê para poder ajudar? E então vou ver que esse sonho de ajudar a juventude afinal posso tornar realidade...
Sei que vou...
Bom sábado conterra. Estamos juntos.
tas a ver né?
Armanda
Armanda:
ResponderEliminaros dias nunca são cinzentos. Nós fazemos os nossos dias. Porém nós temos o direito de uns dias ver as coisas mais cinzentas do que outros, mas temos a capacidade de pensar em mudar as cores com que vemos as coisas. Conterra gosto de ti nos dias de sol como nos dias de chuva. Tás a ver né? meus olhos sempre vêem as coisas boas ou o meu cérebro pensa logo em como tornar essas coisas aparentemente não boas em coisas boas.
Guida
com agrado e satisfação li as linhas que escreveu