"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Uma estória verdadeira (9) Hoje, 18:14
Forum: Conversas de Café
Te vejo na noite. Serena rebolando ao sabor das tuas ruas, luzes que marcam os teus territórios para que eu te possa ver com os meus olhos de ver a noite. Vou na Praia do Bispo, que não lhe vi mas me disseram que antigamente morava para aqueles lados. Vi o futuro monumento que já foi ontem e que não sei se vai acabar um dia de ser construído, já que não me disseram ainda o que lhe vão fazer, mas se calhar não perguntei. Te vi nos Palácios de quem agora olha por ti, segui rumo a sítio que desconhecia, Passei no Prenda, no Rocha Pinto, na Sambizanga. A noite me mostrava um encanto diferente daquele que eu te tinha imaginado. Passei na noite por caminhos que não sei se amanhã, quando for dia eu me vou encontrar. Passei. Quis beber-te toda numa noite e confundi os fusíveis de tanta informação. Mas vi-te. Senti o teu pulsar de uma noite de Domingo. Lhe chamei a minha noite de Domingo em Luanda. Mas de onde vem esses popós todos que não tem números que lhe contam. Estimativas muitas, números certos só mesmo da imaginação. Te vi, Luanda num Domingo à noite. Luzes nos prédios mostrando silhuetas fantasmagóricas, perfis despercebidos, cidade que tem tudo que não é de fantasia nem de fantasma. Cidade pulsante na anarquia marcada pelos candongueiros azuis e brancos. Noite de Luanda, num Domingo. Rua do desencontro, rua do héroi senhor qualquer coisa. Não posso decorar tudo, as irregularidades de uma ou outra muita rua não deixa que eu tenha um caderno de apontamentos. Também nunca foi meu hábito apontar as curvas da minha namorada. Hoje tu és a minha namorada. Tu, a cidade de Luanda.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
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