"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Uma estória verdadeira (28) Hoje, 23:49
Forum: Conversas de Café
Combinação para amanhã. Gentes que aprendeu a ler que nem eu, na mesma altura que eu, nas mesmas escolas que eu. Gentes que me viram gatinhar, andar e crescer. Gente que nem eu cresceu ao sabor do vento do deserto e agora estão aqui, debaixo da Lua de Luanda. Todos telefonam mesmo para combinar como é que vai ser amanhã. Todos mesmo querem que perece eu não esqueça que amanhã é dia de encontro e reencontro. E eu só penso que amanhã tem que estar que nem sol abrasador para ver se meu coração não arrefece numa paragem de emoção e comoção.
Sentados na varanda, saboreando o ar quente do norte de Luanda, esperando que ali os dois avilos façam o fogareiro produzir fogo para eles mesmo fazerem a comida. Hoje as mulheres e eu estamos de ordens e orientações. Eles, esses dois matulões aí é que vão mesmo trabalhar para a gente comer. Eu abro garrafas e de preferência só mesmo para mim. Uma ou outra para eles e já vão com sorte.
Sentámos na varanda. Churrascámos. Conversámos, misturámos planos com desejos e coisas que tais. Vertemos umas e outras mais geladas que as primeiras e assim sucessivamente. Já tínhamos visto o pôr-do-sol faz algum tempo e até lhe tínhamos fotografado para não esquecer mesmo como ele é que é. Mosquitos zumbem nas orelhas mas lhes falta a coragem para ferrar mesmo. O ar de amizade que paira no ar faz com que eles tenham mesmo mais que medo de vir ferrar nos corpos desprotegidos nas franquezas da amizade. É bom mesmo ter amigos. A gente não olha no relógio e esquece que o sangue corre nas veias que com o gastar do tempo estão já meio entupidas. É só falar e gastar o tempo nas trocas de palavras. É bom mesmo ter amigos.
Noite escura para os lados do mar e nós aqui a conversar, gastar palavras salpicadas de paixão.
Pálpebras pesadas dizem que são horas de ir para a cama do quarto referigerado. Se bebe antes um chá de hortelã. Desconsigo lembrar para que serve mas que cheira bem é visto e notório.
Boas noites ditas em voz arrastada, não das birras bebidas mas do sono que se instalaou faz tempo e faz tempo é contrariado.
Sentados na varanda, saboreando o ar quente do norte de Luanda, esperando que ali os dois avilos façam o fogareiro produzir fogo para eles mesmo fazerem a comida. Hoje as mulheres e eu estamos de ordens e orientações. Eles, esses dois matulões aí é que vão mesmo trabalhar para a gente comer. Eu abro garrafas e de preferência só mesmo para mim. Uma ou outra para eles e já vão com sorte.
Sentámos na varanda. Churrascámos. Conversámos, misturámos planos com desejos e coisas que tais. Vertemos umas e outras mais geladas que as primeiras e assim sucessivamente. Já tínhamos visto o pôr-do-sol faz algum tempo e até lhe tínhamos fotografado para não esquecer mesmo como ele é que é. Mosquitos zumbem nas orelhas mas lhes falta a coragem para ferrar mesmo. O ar de amizade que paira no ar faz com que eles tenham mesmo mais que medo de vir ferrar nos corpos desprotegidos nas franquezas da amizade. É bom mesmo ter amigos. A gente não olha no relógio e esquece que o sangue corre nas veias que com o gastar do tempo estão já meio entupidas. É só falar e gastar o tempo nas trocas de palavras. É bom mesmo ter amigos.
Noite escura para os lados do mar e nós aqui a conversar, gastar palavras salpicadas de paixão.
Pálpebras pesadas dizem que são horas de ir para a cama do quarto referigerado. Se bebe antes um chá de hortelã. Desconsigo lembrar para que serve mas que cheira bem é visto e notório.
Boas noites ditas em voz arrastada, não das birras bebidas mas do sono que se instalaou faz tempo e faz tempo é contrariado.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
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