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2 de dezembro de 2005

Uma estória verdadeira(8)




"Fio": Um café na Esplanada

carranca
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Uma estória verdadeira (8) Hoje, 18:25
Forum: Conversas de Café
Entra-se na Ilha propriamente dita península. Pulsar de gente andando em todos os sentidos. Cruzamentos engarrafados de gente que caminha num andar nada rápido, sem pressa de chegar a ponto nenhum. Passeio de Domingo, vai fazer mais o quê? Tas a ver, né? Se passa por coisas conhecidas ou ouvidas falar. Se cai até mesmo na ponta onde está uma feira para pular e muito popular. Se olha no horizonte. Fim de tarde ainda sem ter o sol a querer ir dormir. Busco a referida e apaixonada kianda. Se não fossem os cambas que me levaram até lá ela me tinha raptado para o seu colo e hoje eu não estaria aqui a te rever as coisas que vi. Mas kianda sorriu, olhou para mim e me disse, que só eu que ouvi, que era muito bem-vindo. Lhe sorri com todo o sorriso da minha cara, lhe agradeci e continuamos a viagem, num retorno que não podia ser mais lento que parado. Montanhas de pessoas haviam feito o mesmo passeio. As veias da ilha não lhe davam saída nos carros mais que muitos que lhe demandaram. Impossível tirar fotografia do Pôr do Sol quase que o mais bonito que vi, já que fiquei preso na paralisação da estupefacção. Te adianto que vi essa coisa do sol ir dormir cada dia mais bonito que outro. Se fizessem exposição e concurso eu não te saberia dizer mesmo qual o mais lindo que te vi. Naquelas duas faixas havia quatro filas de carros, só faltava mesmo aparecer uma faixa voando por cima das outras todas. Senhor polícia em mota de reluzentes e piscantes cores era incapaz de pôr ordem na ordem desordenada que por ali ordenava. Se vêem as praias mais lindas cheias de corpos semi-nus. Se inveja a possibilidade de lhes imitar nos mergulhos. Segue-se numa das filas dos carros como que obedecendo a ordens ditadas por ninguém. Caos feito ordem, na confusão dos candongueiros, donos da estrada e limitações dela. Se retorna ao pontão, que parece nunca foi ponte, que une a cidade à Ilha e já é noite cerrada. Fortaleza iluminada mostrando uma beleza que não lhe havia ainda notado. Deve ter sido do ângulo da vista. Mas que é bonita não me podes nem contrariar. Agora, cidade da lua, te visito na noite. Luzes para todos os gostos e feitios. Mesmo num domingo à hora de jantar continuas num reboliço que parece não tens nem descanso.

Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

2 comentários:

  1. Chiça mermão! Tanta ilha e não fostes ao Kussunguila? Assim não vale.

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  2. Então tu não sabes que faz muito tempo ele fechou. Bonga lhe quis abrir mas não deu. São coisas...

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