A Minha Sanzala

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21 de novembro de 2005

Mas eu continuo a pensar

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"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Mas eu continuo a pensar Hoje, 18:12
Forum: Conversas de Café

Mermão, continuo ermitando nesta esplanada, olhando para lugar nenhum sabendo que a cabeça está lá, no outro lado dessa linha recta que é curva. Hoje apetece-me ir buscar coisas ao caixote dos pensamentos menos úteis que vou tendo, na sensação feliz de ser um ser pensante. Penso no quanto aprendi com alguns desequilíbrios que tenho vivido...Temos, por hábito, acreditar que os desequilíbrios, que os tropeções que muitas vezes damos na vida, conduzem-nos ao fracasso!
Se reflectirmos um pouco, vemos que a fome é um sinal de desequilíbrio e é, ao mesmo tempo, a manifestação do organismo dizendo que é preciso comer!A sensação de frio é a manifestação do corpo em desequilíbrio, dizendo que o calor que ele é capaz de gerar, não é suficiente para nos aquecer!
A sede indica que há um desequilíbrio, pois o líquido existente no corpo não é suficiente, naquele instante, para o bom funcionamento dos órgãos.
E o que dizer do andar? Nós nos equilibramos sobre as duas pernas, mas a deslocação do nosso corpo só acontece através do desequilíbrio das passadas das pernas.
Tas ver, não é, mermão, que a vida se manifesta numa sucessão de desequilíbrios, que acontecem para nos equilibrar de novo!
Porque então temos de fazer dos eventuais insucessos um fracasso definitivo?
Porque transformarmos uma iniciativa que não deu certo, numa catástrofe?
Haverá alguém que nunca tenha errado?
Se nos pântanos e entre as pedras nascem flores, podemos, nos meio da crise, assimilar lições, mudando o foco dos nossos planos!
Acredita, mermão: tudo na vida contribui para a nossa evolução.
Muitas vezes, os problemas não são tão grandes e complexos. É só a maneira dos encarar...
O nosso olhar é que precisa ser modificado.
E mudar a maneira de ver as coisas também causa um certo desequilíbrio.
Por isso, iluminemo-nos a cada desequilíbrio, mermão, e lembra-te: não há nenhuma árvore que o vento não tenha sacudido.

Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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