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25 de novembro de 2005

Uma estória verdadeira(2)

Os responsáveis
fotos by me






"Fio": Um café na Esplanada

carranca
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Uma estória verdadeira (2) Hoje, 18:19
Forum: Conversas de Café

Mas tás a ver, né? Os autocarros de pista seguem o seu rumo e eu ali especado na frente das escadas da frente do avião que acabava de me trazer. Te juro que não sei quanto tempo passou, mas sei que foi uma eternidade que deu para ver quase todo o filme da minha vida à procura de falhas assim tão grave. Era medo e já conformismo. Aquele latagão ali a meu lado no seu colete fluorescente e cabeça rapada. Não era ninguém conhecido ou aparentemente conhecido. Não lhe tinha falado nunca e nunca lhe tinha posto a vista em cima. Desse eu tava com medo. Bem, não era dele. Era mesmo de só te ter visto assim de relance. Nisto aparece assim vindo não sei de onde, um mini-autocarro com a palavra protocolo escrita na sua frente. Os faróis me farolinavam. Mas onde foi mesmo que eu errei? Vais ver ainda viro crente, faço promessas e vou no culto e coisas do género. Faz favor de entrar, me disse ele na sua voz de quem sabe bem o que está a fazer. Hesitei um tempo, que mais uma vez não sei quanto foi. Ali, naquela situação não tem relógio biológico ou sei lá o quê que valha. Mais nenhum passageiro entrou no dito cujo referido autocarro miniatura. O motorista, o matulão e eu. Silêncio que nem cerimónia de enterro. Chego no edifício que diz com letras cheias de luz: Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro. Pelo menos já vi qualquer coisa mais para além de uma placa de alcatrão e um avião que teimosamente parecia que não se queria ver livre de mim. Não anima mas já dá desconto. Faz favor de sair, me voltou ele a dirigir a palavra, desta vez me pareceu mais simpático. Ou seria porque eu já estava por tudo, pronto para tudo, que um homem não é de pau? Desconsigo saber agora. O filme nunca mais tem fim?, me perguntava eu para mim mesmo. Passada a porta...
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

1 comentário:

  1. Távas à toa. Mas saías pela porta de trás. Bastava o matulas dizer Passport. E tu respondias, ai é pra sair pela porta? Então até logo! E zás, davas de frosques!

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