"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Uma estória verdadeira (3) Hoje, 23:40
Forum: Conversas de Café
Passada que estava aquela porta, ainda olhei para trás para ver se via o avião que me havia trazido.
Lá continuava ele no seu lugar. Sereno, impávido, insensível ao que me acontecia.
Pouco mais consegui ver, alguns pontos luminosos espalhados por uma área que o olhar não chegava para ver tudo, tinha que rodar o corpo, mas estava perdido num lugar desconhecido. Olho para dentro do edifício e…surpresa! Ali estavam uma série de cambas à minha espera. Me fizeram sofrer e ainda por cima estão a rir. Mas tão a rir porquê mesmo? Minha cara dá para mostrar o quê que eu tinha passado? Pois devia estar mais branco que nem cal. Mas aqueles abraços, aqueles beijos, a troca de sorrisos, que toda aquela cena de qualquer filme de terror foi apagada naquele mesmo instante. Toda aquela eternidade passada na frente da escada da frente dum avião mais não foi que um instante, segundos contados num qualquer relógio suiço, mas que para mim foram mais que séculos. Foram uns míseros segundos da vida, que se esfumaram na baforada de um cigarro não ficando nada registado qualquer registo, afogados na alegria de ver os avilos que tinham preparado toda a coisa. Uma lágrima aqui, outra ali, caindo pela cara de forma rebelde, relembrando-me o sabor salgado do final do zulmarinho. O referido matulão afinal não era tão grande assim, a sua cara mostrava alegria, a sua voz uma simpatia de doçura e correcção. Era mesmo mais um amigo que lhe não conhecia. E tinha nome, era mesmo o Senhor Oliveira. Cumpridas todas as formalidades, há que ir levantar a bagagem. Eternidades quando são coisas já sem importância, queria entrar em ti a todo o momento, já se tal fosse possível. Queria sair dali, ir abraçar os cambas todos, ir tocar-te e sentir-te. Ter-te! Tantos amigos esperavam fora do edifício que me julguei mesmo mais importante que a importância. Montes de abraços. Me ergueram do chão, voava nos sonhos da alegria. Carinho trocado num passeio de uma praça com a estátua do Dr. Agostinho Neto como testemunha. Festa na cidade, numa cidade que lhe desconhecia por completo. Criança que se estava nas tintas para turismo ali havia estado. Bairro pobre da periferia que nem sei em que lado é ele. Mutamba. Ilha. Banco de Angola, passeios feitos na altura de uma autocarro de dois andares, acho eu. Poucos significados para uma cidade que me surgia ali, gigante, fervilhando movimento nas todas as suas direcções.
Sanzalando em AngolaLá continuava ele no seu lugar. Sereno, impávido, insensível ao que me acontecia.
Pouco mais consegui ver, alguns pontos luminosos espalhados por uma área que o olhar não chegava para ver tudo, tinha que rodar o corpo, mas estava perdido num lugar desconhecido. Olho para dentro do edifício e…surpresa! Ali estavam uma série de cambas à minha espera. Me fizeram sofrer e ainda por cima estão a rir. Mas tão a rir porquê mesmo? Minha cara dá para mostrar o quê que eu tinha passado? Pois devia estar mais branco que nem cal. Mas aqueles abraços, aqueles beijos, a troca de sorrisos, que toda aquela cena de qualquer filme de terror foi apagada naquele mesmo instante. Toda aquela eternidade passada na frente da escada da frente dum avião mais não foi que um instante, segundos contados num qualquer relógio suiço, mas que para mim foram mais que séculos. Foram uns míseros segundos da vida, que se esfumaram na baforada de um cigarro não ficando nada registado qualquer registo, afogados na alegria de ver os avilos que tinham preparado toda a coisa. Uma lágrima aqui, outra ali, caindo pela cara de forma rebelde, relembrando-me o sabor salgado do final do zulmarinho. O referido matulão afinal não era tão grande assim, a sua cara mostrava alegria, a sua voz uma simpatia de doçura e correcção. Era mesmo mais um amigo que lhe não conhecia. E tinha nome, era mesmo o Senhor Oliveira. Cumpridas todas as formalidades, há que ir levantar a bagagem. Eternidades quando são coisas já sem importância, queria entrar em ti a todo o momento, já se tal fosse possível. Queria sair dali, ir abraçar os cambas todos, ir tocar-te e sentir-te. Ter-te! Tantos amigos esperavam fora do edifício que me julguei mesmo mais importante que a importância. Montes de abraços. Me ergueram do chão, voava nos sonhos da alegria. Carinho trocado num passeio de uma praça com a estátua do Dr. Agostinho Neto como testemunha. Festa na cidade, numa cidade que lhe desconhecia por completo. Criança que se estava nas tintas para turismo ali havia estado. Bairro pobre da periferia que nem sei em que lado é ele. Mutamba. Ilha. Banco de Angola, passeios feitos na altura de uma autocarro de dois andares, acho eu. Poucos significados para uma cidade que me surgia ali, gigante, fervilhando movimento nas todas as suas direcções.
Carlos Carranca
Esses teus cambas kaluandas...aqui na certa tinhas recepção das mapundeiras (de bigode feito nesse dia e cabelo escorrendo oléo )em disputa de gritos "carranca, amigo, a mapunda está contigo"!Mas decidiste virar à direita...tas a ver né?
ResponderEliminarTás a ver quando eu chegar a vez de contar a mapunda..... vai-te segurando
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